Foi sepultado na tarde de quinta-feira, 1º, no Cemitério nº 3 de Linha Arroio Grande, o corpo de Cleni Arnemann, de 52 anos. A costureira foi encontrada sem vida na manhã de domingo, 27, na Sangra do Cambará, nos fundos do campo do 11 Unidos, no bairro União. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas extraoficialmente, ela morreu por afogamento. A Polícia Civil aguarda o laudo de necrópsia, mas não descarta nenhuma possibilidade. Na tarde de ontem, 2, o marido de Cleni, que estava hospitalizado, faleceu.
O corpo de Cleni só foi identificado na manhã de quinta-feira, 1º. A dificuldade se deu pelo fato dela morar sozinha com o marido na rua Duque de Caxias, no bairro Aviação, e dele ter problemas de saúde, como falta de locomoção e dificuldades na fala. Outra situação que colaborou é deles não terem filhos e pouco contato com os vizinhos. Por isso, ninguém de Venâncio havia procurado a Polícia Civil para registrar o desaparecimento da costureira.
O mais próximo disso foi uma família de Espumoso, que ligou para a Folha do Mate (depois de ver a notícia no site) acreditando que o corpo pertencesse a uma moradora daquele município, que está desaparecida há meio ano. O delegado Vinícius Lourenço de Assunção conversou com os familiares, mas descartou a possibilidade de ser aquela pessoa.
Vizinhos desconfiaram
A identificação do corpo começou a ser esclarecida na tarde de quarta-feira, 30. Vizinhos relataram à reportagem da Folha do Mate que estranharam o fato da janela frontal (na peça onde Cleni costumava costurar) estar fechada. Mas mesmo assim, clientes entravam pelo portão, que estava aberto, e deixavam roupas, na área da casa, para que fossem feitos consertos. “Isso era comum”, referiu um vizinho. “O que eu e a mulher estranhamos foi o fato da casa estar fechada há dias”, concluiu.
Preocupado, ele pediu para a esposa entrar em contato com uma sobrinha de Cleni. Ela relatou a situação e a garota pediu que uma tia fosse até o local. “Ela entrou pelo portão e abriu a porta. Neste momento imaginei que a Cleni tinha aberto a porta e que estava tudo bem. Mas na verdade a porta estava só encostada e então a mulher saiu rapidamente e gritou por socorro”, comentou o morador.
O marido de Cleni, que anos atrás sofreu um acidente automobilístico – e por isso tem limitações – estava caído na sala, em condições precárias de saúde. O principal problema era a desidratação. O próprio vizinho ligou para o Samu e uma equipe foi ao local, socorreu o marido de Cleni e o encaminhou ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), onde permaneceu até a tarde de ontem, 2, quando faleceu.
Aos familiares, ele deu a entender que estava sozinho desde o sábado, 26. Um conhecido do vizinho que avisou os familiares disse que viu a mulher no sábado à tarde, caminhando pelo bairro União. “Mas nunca imaginamos que aquele corpo encontrado na sanga era dela”, observou o vizinho.
Causa da morte
As informações chegaram ao conhecimento do delegado Vinícius, que viu uma foto de Cleni. Comparando com a imagem do corpo encontrado na Sanga do Cambará, ele teve praticamente certeza de que se tratava dela, mas preferiu aguardar a confirmação, que foi feita pelos familiares.
Agora, ele espera o resultado da necrópsia, para saber do que ela morreu. Preliminarmente, os peritos do IGP constataram que a morte se deu por afogamento. “Tudo é investigado”, disse.