Depois de estragos no auditório do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) de Venâncio Aires, provocados pelo temporal ocorrido na última sexta-feira, 2, e com mais cortes de recursos, o diretor-geral, Geovane Griesang, anuncia que desta vez vivem em um cenário de incertezas. A principal consequência neste momento será o fechamento por tempo indeterminado do auditório do campus, por falta de recursos para o manter e principalmente, para fazer os consertos necessários.
Durante o vendaval caiu mais uma placa do forro e por segurança, o local será interditado. “A situação do auditório não é muito simples, vamos ter que fazer um projeto para fazer a manutenção dele. Não são apenas as placas do forro o problema. Temos problemas na estrutura dele também. Vamos precisar realizar um projeto e obra para conseguirmos liberar ele novamente. Para a formatura da próxima turma, que será feita em março de 2023, será procurado um outro local para a realização da cerimônia. “Vamos tentar um contato com a Prefeitura e Câmara de Vereadores para ver se conseguem nos ajudar a arrumar um espaço para as formaturas.”
Os institutos federais de todo o Brasil, incluindo o campus de Venâncio continuam sofrendo com os cortes e e bloqueios por parte do Governo Federal. Desta vez, através de um decreto do Ministério da Economia, foi feito um novo corte, de R$ 30 milhões, mas ainda não se sabe o quanto vai ser confiscado do campus do município, já que não será repassada a porcentagem bloqueada em cada campi. No total em toda a rede do IFSul, foi cortado o montante de quase R$ 8 milhões.
O valor corado seria usado para pagamentos retroativos de gastos com serviços terceirizados de manutenção, bolsas e outras formas de assistência estudantil, por exemplo. No início deste mês, porém, o valor que seria repassado pelo governo federal não chegou. A Setorial Financeira do Ministério da Educação (MEC) enviou um comunicado às instituições informando que as unidades vinculadas à pasta só poderão efetuar pagamentos com recursos que já possuem e que não será possível efetuar novas liberações de verba ao longo de dezembro, uma vez que o governo zerou o limite de pagamento das despesas discricionárias.
Incertezas
Sobre os recursos cortados do orçamento, Griesang afirma que até o momento, estão com 7,2% a menos, o que representa mais de R$ 123 mil, mais este último montante que ainda não sabem o valor exato. Os R$ 97.735,59 (5,8%) que foram contingenciados em outubro foram repostos conforme prometido pelo Governo Federal.
Sobre o que espera para 2023, Griesang afirma estar na expectativa. “Estamos acompanhando a transição do governo para vermos se teremos algo diferente do que se havia divulgado, que era o recurso desse ano, já descontando o valor cortado.”
Na segunda-feira, 5, foi publicada uma nota conjunta, assinada por nove instituições federais do Estado, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Instituto Federal Farroupilha (IFFar) e IFSul, a respeito dos cortes. E na terça-feira, 6, o reitor da rede IFSul, Flávio Nunes, emitiu uma nota sobre o impacto dos cortes orçamentários feitos pelo Governo Federal. Além disso, com o comprometimento dos pagamentos, entre eles da assistência estudantil, o campus, através da comissão da Assistência Estudantil divulgou um manifesto na quarta-feira, 7. Em Venâncio, 182 famílias são beneficiadas com o auxílio.