Dos 23 municípios que formam, geograficamente, a região do Vale do Rio Pardo, apenas cinco tiveram aumento na população em relação aos números de 2010, quando havia sido realizada a última edição do Censo Demográfico. No ano passado, o levantamento voltou a ser realizado em todo o país e a prévia divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro aponta que na região 78,3% dos municípios tiveram redução da população.
Dos cinco que tiveram crescimento, Mato Leitão foi o que apresentou o maior índice – 25,43%. Ou seja, a Cidade das Orquídeas passou de 3.865 moradores em 2010 para 4.848 no ano passado. Em números de habitantes, Santa Cruz do Sul obteve o maior aumento, com um percentual de incremento de 12,47%. Venâncio Aires também registrou crescimento populacional em relação a 2010, contudo o número de habitantes ficou abaixo da estimativa para 2021.
Em razão dessa queda, a Capital do Chimarrão teria o coeficiente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) rebaixado neste ano de 2.6 para 2.4, o que representa uma perda de R$ 4,5 milhões em um ano. Na primeira semana de janeiro, a Prefeitura entrou na Justiça contra o IBGE e a União, na busca pela suspensão da decisão normativa do Tribunal de Contas da União (TCU) e o congelamento do coeficiente do FPM.
Desenvolvimento
O prefeito de Mato Leitão, Carlos Bohn, ressalta que, conforme a prévia do Censo Demográfico divulgada em dezembro, a população do município ficou superior, inclusive, à estimativa feita para 2021. Para ele, a diversificação na oferta de empregos e a infraestrutura de qualidade para as pessoas viverem, atrai moradores.
Ele também ressalta a qualidade da educação e o atendimento da saúde. Segundo o chefe do Executivo, esse aumento populacional não vai interferir no coeficiente do FPM para Mato Leitão, mas vai aumentar os repasses feitos de forma per capita para diferentes áreas. “Registramos um crescimento ordenado e conseguimos oferecer boa estrutura de saúde, educação e segurança pública”, avalia Bohn.
No caso da analista de pós-vendas, Elisandra Silva dos Santos, 45 anos, e do gerente de produção Baltazar Godinho, 41 anos, moradores de Vila Santo Antônio, no interior de Mato Leitão, um dos pontos que despertou o interesse para morar em Mato Leitão foi a segurança e a qualidade dos serviços de educação e saúde. Ela se mudou para a cidade há cerca de 10 anos e ele há seis anos.
“Meu pai é natural daqui. Quando jovem foi para a região metropolitana para trabalhar e após 40 anos, já aposentado, retornou para cidade natal para viver uma vida mais tranquila. Nessa mudança, tive a oportunidade de acompanhá-los”, compartilha Elisandra. Ela ressalta que a adaptação ao município foi muito fácil. “Cidade pequena e com uma ótima administração pública. Além disso, amigos e familiares moram aqui”, acrescenta.
Para o casal, que vive com os filhos Daniele Caroline Pereira, 19 anos, e Alex Camargo Godinho, 18 anos, é interessante que a Administração Municipal busque ofertar cada vez mais cursos profissionalizantes para os jovens atuarem tanto no meio rural quanto em indústrias. “Outra questão que acho importante melhorar são os acessos principais à cidade. Com nossas estradas asfaltadas seria um grande passo para o desenvolvimento de algumas regiões e a integração com municípios vizinhos”, sugere.
“Mato Leitão é uma cidade pequena, muito bonita e organizada, onde as políticas públicas são bem aplicadas, tornando um lugar bom de se viver e nos passando segurança e tranquilidade. É um lugar ideal para criar nossos filhos e aproveitar a melhor idade de nossos pais.”
ELISANDRA SILVA DOS SANTOS – Analista de pós-vendas
Municípios da região com crescimento
• Mato Leitão – 25,43%
• Santa Cruz do Sul – 12,47%
• Vera Cruz – 11,34%
• Venâncio Aires – 3,75%
• Pantano Grande – 3,64%