Após o resultado do júri no Fórum de Venâncio Aires na terça-feira, 7, do caso do ex-jogador William Cavalheiro Ribeiro, que agrediu o ex-árbitro Rodrigo Crivellaro, a defesa do réu afirma que vai recorrer à decisão do juiz João Francisco Goulart Borges. A sentença definitiva recebida por Ribeiro foi de dois anos e oito meses de reclusão em regime inicial semiaberto e mais R$ 18 mil de indenização pela condenação de homicídio tentado simples.
Um dos advogados da defesa, Gustavo Bretana, afirmou que mesmo não concordando, a defesa respeita a decisão dos jurados. Mas, de todo modo, adianta que a defesa irá pedir a interposição de recurso. “No nosso entender, a pena foi aplicada acima do que seria o adequado ao caso, além de não concordarmos com o regime fixado para início de cumprimento da pena.” Bretana evidencia que o papel da defesa foi de trazer todos os detalhes e nuances do caso, com o objetivo principal de diminuir o processo de tentativa de homicídio para uma lesão corporal.
Para o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, o resultado final foi de contento. “Nós, da acusação, sabíamos que o caso era bastante difícil no contexto das condições jurídicas, recorremos e conseguimos que a qualificadora de motivo fútil fosse levada a julgamento.” Porto enfatiza que a condenação por tentativa de homicídio simples ou básica é satisfatória e o regime semiaberto foi a maneira que o juiz teve de tornar a pena mais severa e ter controle sobre o réu. “Vamos avaliar a necessidade de recurso, ainda temos prazo para isso. Foi dada uma resposta a todos do mundo do esporte, que deve ser de entretenimento saudável e este tipo de atitude não deve ter receptividade.”
O juiz explicou à reportagem que o réu ficará em liberdade até a finalização do processo, já que a defesa vai recorrer. O ex-jogador do São Paulo, de Rio Grande, está respeitando condições que lhe foram impostas na soltura da prisão em flagrante logo após o ato, em 2021. Após finalizado o processo, o réu deverá cumprir o regime semiaberto com uma tornozeleira eletrônica, pois, segundo Borges, no Rio Grande do Sul, não há colônia agrícola, industrial ou um estabelecimento similar disponíveis para receber o ex-jogador no período da noite. Durante o dia, o condenado poderá trabalhar, frequentar cursos ou exercer qualquer atividade autorizada. Como Ribeiro é réu primário e não tinha antecedentes criminais, a pena teve uma redução em dois terços.
Antes do julgamento, Ribeiro estava em liberdade, à espera do júri e desde o acontecido, o ex-jogador que é natural de Pelotas, está suspenso das atividades no futebol profissional, respeitando a pena da justiça esportiva e atualmente trabalha como pintor.