Uma trajetória de 40 anos, com muitas lembranças felizes na rua 13 de Maio. O casal Luiz Osvaldo Wagner e Lúcia Wagner, ambos com 76 anos, escolheram a rua para fixar residência há quatro décadas. Ela é natural de Porto Alegre e ele de Santa Cruz do Sul e guardam hoje as memórias afetivas do lugar.
A primeira residência em que moraram foi onde viram os filhos crescerem. João Luís, 44, Cláudia, 42, e Luís Fernando, 39, puderam vivenciar a infância na rua em uma época de muita liberdade e segurança, onde se podia brincar até tarde sem problemas. “Fomos morar nesta casa quando eu estava grávida do Luís Fernando. São muitas as lembranças das comemorações, batizados, Primeira Comunhão e as conquistas na faculdade de cada um deles”, relata.
Ela também recorda de dar carona para os estudantes da vizinhança até a Escola Estadual de Ensino Médio Cônego Albino Juchem (CAJ), onde trabalhava. Os filhos estudaram na EEEM Monte das Tabocas, também próxima da residência da família. “Fomos agraciados com vizinhos maravilhosos, alguns já faleceram ou se mudaram, mas ficaram as lembranças de momentos bons. É muito bom viver na 13 de Maio”, declara Lúcia.
Há três anos, o casal se mudou para uma casa menor, a poucos metros de distância da antiga moradia, sem sair da rua. “Fomos morar nessa rua quando éramos um jovem casal com filhos pequenos e hoje nós somos o casal idoso na nossa quadra”, observa Lúcia.
Entre os pontos positivos da via o casal cita a proximidade de muitos lugares. “É perto de tudo, farmácia, supermercado, restaurante, bancos, escolas. Nossa colocação não poderia ser melhor”, define Luiz.
Com o passar dos anos, o casal percebe o aumento de veículos que trafegam no local e algumas mudanças em virtude disso. O sentido do trânsito, inclusive, foi alterado para melhorar o fluxo.
MAIS DE QUATRO DÉCADAS
NA 15 DE NOVEMBRO
Moradores da rua 15 de Novembro há pelo menos 40 anos, Clinton Bohn, de 77 anos, e Vera Lúcia Bohn, 71, iniciaram a vida como casal na rua 15 de Novembro, próximo da esquina com Coronel Agra, e seguem até hoje.
Foi na casa que viram o crescimento dos filhos Juliana, hoje com 42 anos, e Luís Henrique, 40. Logo que casaram e se mudaram para a residência, existiam poucas casas na rua, com muitas regiões de campo na região. Ao longo dos anos, residências e algumas empresas se instalaram ao longo da via. “É uma vizinhança muito boa, um se preocupa com o outro, a maioria que já mora há muito tempo aqui”, comenta Vera.
Clinton trabalhou por mais de 20 anos como motorista da antiga Transportes Cruzador e viajava por todo o Brasil e até o Paraguai. Vera trabalhou em funções administrativas na antiga Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), sendo um período na sede de Santa Cruz do Sul e outro em Venâncio Aires. “Eu tinha um fusca azul e ia com outros colegas até Santa Cruz para trabalhar. Quando alguém via um fusquinha na estrada já sabia que era eu”, brinca a aposentada.
O casal também é conhecido pelo trabalho junto à Paróquia São Sebastião Mártir. Por muitos anos Clinton era um dos responsáveis pela galinhada e Vera foi catequista. Agora, o casal tem uma rotina mais em casa, dando atenção à saúde e aos três cachorrinhos que fazem companhia.
Vizinhas ‘de porta’, mas em bairros diferentes
Moradoras da rua Senador Pinheiro Machado, em residências que ficam uma de frente para a outra, elas residem na divisa dos bairros Gressler e Aviação. A costureira Jurema Faleiro, 58 anos, mora há 38 anos na rua, que pertence ao bairro Gressler. Na frente da casa dela, a analista de Recursos Humanos Daniela Schweikart, 36 anos, já pertence como moradora do bairro Aviação. Juntas, as duas acompanharam a evolução da rua e as mudanças nas redondezas com o passar dos anos.
Jurema se mudou para o local logo que casou com o marido, Luís Faleiro. Foi na casa que viu crescer as três filhas e o filho. Ela conta que logo que chegou tinham poucas casas, a região era composta basicamente por campo e matagal. “O esgoto era a céu aberto, não tinha poste de energia elétrica perto, mudou muito de lá pra cá”, conta Jurema.
Com o passar do tempo e a construção do condomínio Altos da Aviação no fim da rua, o espaço evoluiu. “O condomínio foi uma grande mudança, aumentou muito o movimento da rua”, diz.
Mas antes disso, a rua já foi asfaltada. As moradoras acreditam que muito em virtude do Aeroclube que existia no fim da rua, onde hoje fica o projeto do Parcão e o condomínio. Toda essa mudança também foi vista por Daniela. Hoje ela mora com o marido, Sérgio, e as filhas Luíza e Emily no local, mas desde a infância já vivia na redondeza com a mãe, Loreci, que hoje mora na casa ao lado da sua. “Quando éramos criança era bem tranquilo, podíamos brincar na rua. Hoje o movimento é outro”, afirma.
Além dos veículos dos moradores da região, o movimento é intensificado pelos ônibus do transporte urbano que passam no local. “É um lugar muito bom de morar, temos uma relação boa com a vizinhança”, finaliza Daniela.