A palavra ‘descortinar’ tem entre seus sinônimos: abrir a cortina; fazer aparecer; mostrar, revelar”. Seguindo a busca encontraremos: distinguir, notar, descobrir, enxergar e mostrar. Palavras que dão o verdadeiro sentido à coluna de hoje, para homenagear as mulheres que ‘descobrem’ inúmeras maneiras de empoderamento.
Homenagem
Juntando todas as palavras daria belos poemas, ou contos encantadores, porém neste dia, todas se mesclam aos feitos e fatos, dando vida a uma história inspiradora em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março.
Entre tantas mulheres que inspiram e conquistam espaços, em todos os segmentos, está a venâncio-airense, Liliane Pappen, hoje a Jornalista, Liliane Pappen Bastos. A guria que foi integrante de invernadas artísticas, Prenda da 24ª Região Tradicionalista (24ª RT), construiu caminhos com um olhar ‘além das cortinas’, olhando a vida e ‘enxergando’ as possibilidades, para conquistar espaços com garra e determinação, neste universo feminino.
Feitos e legados
Quando a Lili, como é chamada, carinhosamente, entre os amigos, poderia imaginar que de um projeto de prenda em 1996, sobre o chimarrão, no futuro pudesse integrar a diretoria de um Instituto Escola do Chimarrão, onde já foi presidente e, atualmente, vice-presidente.
O referido projeto foi realizado no encargo de 1ª Prenda do Centro de Tradição Gaúcha (CTG), Chilenas de Prata, de Venâncio Aires, em 1995.
No mesmo ano, durante a 5ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) ela recebeu o título de Mais Prendada Prenda e, também, o Mais Prendada Prenda do rodeio artístico do CTG Bento Gonçalves, de Lajeado.
Liliane, tem seus registros na cultura gaúcha, nas pistas de danças tradicionais, bem como na coordenação de invernadas artísticas. Suas iniciativas contribuíram para a fundação de entidades, como por exemplo, o Centro de Pesquisas Folclóricas (CPF) Terra de Um Povo, que leva sua assinatura, como uma das sócias-fundadoras e criadora da bandeira da entidade.
No currículo, ela também guarda algumas viagens internacionais e a participação em programas de repercussão nacional, como o Encontro com Fátima Bernardes e Jornal Nacional, para a divulgação do chimarrão, como símbolo dos gaúchos.
Patrona
Embora, moradora de Porto Alegre, Liliane, das raízes não se aparta, pois aqui na Capital do Chimarrão tem familiares e amigos. “Não esqueço de onde vim, nem das pessoas que me ajudaram nessa trajetória”, destaca.
Por conta de suas raízes e contribuição ao tradicionalismo local e divulgação do chimarrão, a venâncio-airense ganhou em 2015, o reconhecimento através da Associação Tradicionalista Venâncio-Airense (ATVA) como Patrona dos Festejos Farroupilhas de Venâncio Aires, ao lado do tradicionalista José Darci da Silveira (em memória).
Conforme, Liliane contou à Folha do Mate, naquele ano.
“Este idealismo [projeto do chimarrão] rendeu frutos e logo, escolas de outros municípios souberam do projeto e passaram a solicitar as visitas. Foi aí que a ideia ganhou nome e força, e a professora Rejane [Rüdiger Pastore] buscou parceiros e foi criado o projeto Escola do Chimarrão”.
Além dos compromissos profissionais, Liliane, continua com as palestras pelo Rio Grande afora e além fronteiras sobre a história, usos e costumes do hábito do chimarrão, seus benefícios e curiosidades.
Jornalista e coordenadora
A mãe do Gabriel Soares, 24 anos, casada com o historiador e comunicador, Rogério Bastos, hoje jornalista, formada pela UniRitter, trabalha na assessoria de comunicação do Grêmio Geraldo Santana e acompanha o esposo nas lides do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Atua também como designer e diagramadora nas publicações de livros, pela Bastos Produções.
Neste ano, Liliane foi escolhida pelo presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris, para assumir o cargo de coordenadora da 40ª Região Tradicionalista (40ª RT). “Trata-se de um cargo de confiança, já que a 40ª RT – que é um departamento da federação – é responsável por ser um elo entre as entidades tradicionalistas de fora do território gaúcho e o próprio MTG do Rio Grande do Sul”, conta Liliane.
Para a jornalista, a indicação à coordenadora da 40ª RT é efeito das relações construídas ao longo da jornada.
“Creio que essa nomeação seja fruto da amizade que construímos com gaúchos esparramados por diversas partes do mundo durante as viagens realizadas para a divulgação do símbolo máximo de Venâncio Aires, o chimarrão”.
Liliane destaca que o tradicionalismo lhe abriu portas e oportunizou experiências que uma jovem de cidade do interior jamais ousaria sonhar. “Hoje, com minhas atividades apenas retribuo à sociedade e ao movimento um pouco do tanto que me foi oferecido. Sempre serei grata”, afirma.