Prevenção do câncer do colo do útero

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A saúde da mulher é um tema importante e que merece destaque sempre, durante todo o ano, mas é neste mês, conhecido como Março Lilás, que um dos temas ganha ainda mais enfoque: a prevenção e o tratamento do câncer do colo do útero. A ginecologista Sandra Silberschlag fala sobre o assunto e dá dicas para as mulheres ficarem alertas aos sintomas da doença.

O câncer do colo do útero é causado por uma infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), um vírus transmitido sexualmente, muito comum entre homens e mulheres. Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas são contaminadas com esse vírus em algum momento da vida. Essa infecção, na maioria das vezes, não causa nenhum sintoma e é eliminada naturalmente pelo organismo. Em alguns casos, o vírus permanece no organismo e, após vários anos, poderá causar uma lesão pré-cancerosa. Se não tratada, poderá evoluir para o câncer, que é um tumor que se desenvolve na parte inferior do útero, chamada colo, e pode invadir outros órgãos.

Sandra explica que este tipo de câncer atinge frequentemente as mulheres mais jovens, portanto ela destaca a importância da vacinação, já que quem recebe a vacina, não tem chances de ter o tumor. A vacina contra o HPV deve ser feita antes do início da vida sexual e meninas e meninos podem ser vacinados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina, feita em duas doses, protege contra quatro tipos de vírus HPV. Existem mais de 200 tipos de vírus HPV, mas apenas alguns podem causar câncer, que nas mulheres se manifesta no colo do útero e, nos homens, pode causar câncer anal e no pênis.

Exame de pré-câncer

Outra forma de prevenção, feita pela maioria das mulheres, é o teste de Papanicolau (exame preventivo conhecido popularmente como pré-câncer), além do uso de preservativos nas relações sexuais, o que contribui para reduzir a transmissão. A ginecologista ressalta que o SUS preconiza que o pré-câncer seja feito dos 25 aos 65 anos, já que antes as mulheres são muito jovens e ainda possuem boa imunidade.

O exame é a principal forma de detectar as lesões que podem desenvolver a doença. Ela explica que são analisadas amostras de células recolhidas do colo do útero, por meio de raspagem, com uma espátula e escovinha. Após, o material é analisado em laboratório para detectar se há lesões pré-cancerosas. “A maior faixa de incidência de mulheres com câncer de colo de útero é dos 35 aos 45 anos”, comenta a médica.

Sandra explica que caso alguma alteração seja notada no exame de pré-câncer, a paciente precisa ser submetida a uma colposcopia, que é um exame realizado para avaliar a vulva, a vagina e o colo do útero de forma detalhada, buscando sinais que podem indicar inflamação ou a presença de doenças, como o câncer no colo do útero. A lesão é observada, feita biópsia para diagnóstico e a mulher é encaminhada para o serviço de oncologia do Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul.

No tratamento, a médica diz que, por vezes, é feita a conização, que é a retirada parcial do colo do útero e nos casos mais agressivos quando o carcinoma já estiver mais invasivo, a paciente é submetida a radioterapias, braquiterapias ou quimioterapias. Além disso, conforme o estágio da doença, pode ser feita também uma cirurgia.

*Com informações do Inca e do Ministério da Saúde

  • 68 – Segundo dados da Secretaria de Saúde de Venâncio Aires, é o número de pacientes com lesão de alto grau ou carcinoma invasivo do colo do útero que foram encaminhadas para tratamento de oncologia, de dezembro de 2021 até março deste ano. No último mês três pacientes de 38 a 45 anos foram encaminhadas e estão em tratamento no momento.

“O pré-câncer é muito importante como forma de prevenção, já que no exame vemos as lesões através do resultado citopatológico antes de ser um câncer e, com isso, as chances de cura são bem maiores.”
SANDRA SILBERSCHLAG
Ginecologista

Sintomas

• Sandra destaca que o mais importante é alertar as mulheres de qualquer sintoma, como corrimento, sangramento após relações sexuais, ou sangramento fora do período e secreção com cheiro forte.

• Ao notar um destes sintomas, é necessário consultar um ginecologista para a mulher ser examinada e fazer um pré-câncer.

Mais informações

• O câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres – com exceção do câncer de pele não melanoma – e a quarta causa de morte por câncer do público feminino no país.

• A cada ano são diagnosticadas em torno de 17 mil novos casos nas mulheres brasileiras. Na região sul e sudeste a doença ocupa a quarta posição.

• O câncer do colo do útero pode crescer lenta e silenciosamente por mais de dez anos.



Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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