Em visita a Mato Leitão, alunos da UFRGS conhecem maneiras de aproveitar dejetos animais

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Cinco estudantes do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), acompanhados pelo professor Carlos Tornquist, visitaram três propriedades rurais de Mato Leitão no início deste mês. O objetivo era conhecer o processo de aplicação dos dejetos animais em cada um desses locais. As visitas técnicas foram realizadas durante a disciplina ‘Uso de Resíduos na Agricultura’.

Segundo o professor titular da matéria acadêmica, durante as visitas, os estudantes puderam esclarecer dúvidas e conhecer as particularidades de cada produtor rural na hora de utilizar os dejetos. Os agricultores visitados foram Gerson Horn e Tamaro Hickmann, de Vila Santo Antônio, e Edelvan Heinen, da Linha Hillesheim. Eles trabalham com a produção de suínos e gado leiteiro.

De acordo com Tornquist, a maior preocupação em relação à destinação dos dejetos acontece quando os animais estão em sistema de confinamento, pois o esterco precisa ser armazenado em um espaço adequado. “Quando eles passam todo tempo livres nas pastagens esses dejetos já vão sendo espalhados naturalmente. Mas quando é preciso depositá-los em algum lugar é necessário pensar nas questões ambientais e sanitárias em relação aos humanos, pois esse material pode causar a proliferação de vetores de doenças, por exemplo”, observa.

O professor ainda explica que existe uma legislação a respeito do manejo desses dejetos, com normas estabelecidas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam). Essas regras envolvem desde o tempo que o material deve permanecer na esterqueira até o destino final. Conforme o agrônomo, a maior parte dos agricultores adota todos os cuidados necessários, mas uma lacuna em relação ao tema ainda é a falta de informação aprofundada.

Produtor de leite, Horn explicou aos acadêmicos como funciona o manejo dos dejetos nas propriedades (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)

Importância

Tornquist, que é graduado em Agronomia pela UFRGS e doutor em Ciências do Solo pela mesma universidade, salienta que o aproveitamento dos dejetos de bovinos e suínos na produção agrícola colabora para a reciclagem dos nutrientes. “Se eles não forem manejados vão ir parar no curso da água ou serão desperdiçados. Assim, eles servem de alimento para os micronutrientes”, explica.

Essa aplicação auxilia no solo para que seja possível diminuir a utilização de fertilizantes, por exemplo, pois é possível reaproveitar o material produzido pelos próprios rebanhos. Mas, para isso, é preciso levar em consideração o sistema de produção empregado em cada propriedade rural.

Para o professor, realizar essas visitas técnicas é uma possibilidade de complementar as questões trabalhadas em sala de aula. Além disso, viabiliza que os estudantes conheçam propriedades funcionais e economicamente ativas.

“É uma oportunidade para os alunos fazerem perguntas, conhecerem sistemas diferentes de manejo de dejetos e aproveitarem a experiência em municípios que são bons exemplos, como é o caso de Mato Leitão, para verem o contexto de uma paisagem produtiva”, destaca o docente.

Cuidados com o manejo

  • Evitar misturar os dejetos com a água da chuva. Por isso, é importante não aplicar o esterco pouco tempo antes de acontecer precipitações.
  • O tempo mínimo que os dejetos devem ficar em decomposição na esterqueira é de 120 dias.
  • É preciso prestar atenção na dose que será aplicada no solo.

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