Venâncio Aires terá bloco afro de percussão feminino

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Na noite da última terça-feira, 18, em reunião realizada na Biblioteca Municipal de Venâncio Aires Caá Yari, um grupo de mulheres venâncio-airenses se reuniu, com a liderança da produtora cultural Jaqueline Santos e da terapeuta Fernanda Nascimento para dar início a um novo projeto. O objetivo é de criar um bloco afro de percussão, canto e dança formado por mulheres do município.

Segundo Jaqueline, a ideia surgiu em fevereiro, após uma viagem de trabalho com o ator Sérgio Rosa para Santa Catarina. Em Florianópolis prestigiaram o ensaio do bloco afro Cores de Aidê com mais de 100 mulheres tocando, dançando, cantando, com muita técnica, energia e cultura. “Quando estávamos retornando no ônibus, imergidos naquela vivência, não conseguíamos parar de pensar em tudo que vivenciamos e através da interação nas redes sociais, percebemos o quanto a conexão com as mulheres de Venâncio tinha sido grandiosa”, afirma. Após, em conversa com a terapeuta Fernanda Nascimento, o fomento e incentivo para a criação do grupo se intensificou.

Em reuniões, foram definidos 20 nomes de mulheres que seriam convidadas para inicialmente conhecer a proposta do bloco LuAbo. “Pensando na cena cultural da nossa cidade, sentimos a carência de algo voltado para a mulher, para a expressão feminina no meio artístico musical. Vimos no bloco afro feminino a oportunidade de proporcionar para essas mulheres um momento de aprendizado, liberdade, expressão e conexão com a arte, e principalmente, com essa descoberta de talentos que temos dentro de cada mulher e trazendo esse reconhecimento e pertencimento”, reforça Fernanda.

As líderes do bloco explicam que primeiro será formado um grupo base e um percussionista profissional será chamado para ministrar aulas. Após, essas mulheres irão repassar esses conhecimentos para as futuras integrantes. Os ensaios serão itinerantes por diferentes espaços públicos do município. Jaqueline enfatiza que o bloco não será uma escola de samba e não será misto, mas poderá contar com apoio de homens nos bastidores.

*Com informações do grupo LuAbo

LuAbo

Por ser um bloco afro e feminino, mesmo sendo inter-racial, o nome faz conexão com a africanidade e com as mulheres. As líderes do grupo explicam que pesquisas foram feitas para encontrar palavras no dialeto ioruba que trouxessem essa essência e duas palavras se tornaram representativas. A palavra ‘lu’ que traduzindo significa batida e a palavra ‘abo’, na tradução ‘feminino’, vem em função do preconceito que culturalmente diz que mulheres e percussão não combinam.

“Este passo foi fundamental para tirar o projeto do papel e multiplicar esse sonho neste primeiro momento com mulheres que tem uma jornada importante dentro do contexto. Elas serão multiplicadoras deste projeto conosco fazendo acontecer, porque lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na percussão.”
JAQUELINE GONÇALVES
Produtora cultural

Apoios

Um dos próximos passos do grupo é buscar empresas ou instituições e pessoas parceiras para apoiarem financeiramente e adquirir os instrumentos, para oficializar e materializar fisicamente o bloco. Quem tiver interesse em contribuir ou participar deve entrar em contato pelo e-mail [email protected]



Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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