José Carlos Sauer, diretor do Instituto Methodus, que faz pesquisas eleitorais nas eleições municipais em Venâncio para a Folha desde 2004, seguidamente me repassa informações de trabalhos que faz. Nesta semana ele divulgou uma pesquisa feita em Porto Alegre, no mês de abril, sobre a política e o ódio. Sauer avalia desta forma a situação: “Na política o sentimento de ódio a um ou outro candidato toma forma em manifestações, ações, símbolos e nos protestos em espaços públicos. Atualmente, o ambiente político, que tornou-se odioso, colocou a violência em ação. Odiar, boicotar, desprezar e destruir o opositor passou a uma prática que ultrapassa as fronteiras da disputa política e se infiltra em nossos lares, famílias e grupos de amigos. Conhecer o ódio foi o desafio a que nos propomos neste estudo, em que o eleitor porto-alegrense se manifestou”.
A pesquisa aponta que 44% dos eleitores de Porto Alegre odeiam Lula e 54% odeiam Bolsonaro, o que reflete, mais ou menos, os percentuais da votação inversa de cada um para presidente em 2022, lá.
Dos eleitores de Lula, 20% deixaram de ter contato com amigos que declararam apoio a Bolsonaro na eleição de 2022. Dos eleitores de Bolsonaro 21% declararam ter deixado de ter contato com amigos que declararam apoio a Lula.
Em outra questão, 23% dos eleitores de Lula disseram ter deixado de comprar em empresas cujos donos tenham declarado apoio a Bolsonaro. E 9% dos eleitores de Bolsonaro disseram ter deixado de comprar em empresas cujos donos declararam apoio a Lula.
A causa
Lula, que hoje presidente, prega união no país, tenta consertar o estrago que provocou com o ‘nós contra eles’, que pregou por muito tempo nas campanhas. Ele dividiu o pais e gerou essa onda de ódio político. Que nestes dias se agrava com ações de vingança, apregoadas por Lula. Exemoplo disso é a cassação, pelo TSE, do mandato do deputado federal do Paraná, Deltan Dallagnol, Procurador da Lava Jato que colocou Lula e outros políticos e empresários que desviaram dinheiro público, na cadeia. E podem anotar, a Suprema Corte, com maioria dos seus titulares nomeados por Lula e Dilma, vai tentar, de todas as formas, cassar o mandato do senador Sergio Moro, o juiz que teve coragem de enfrentar a corrupção nos governos petistas.
Essa vingança de Lula vai fomentar um clima cada vez mais tenso no país, que assiste, até agora, quase que calado a inversão de valores e os desmandos que vem acontecendo. Teremos dias difíceis pela frente. Que a luz divina ilumine as mentes de quem detém o poder para refletir com responsabilidade republicana e trilhar o caminho da justiça constitucional e não a da vingança.