Espera por cirurgia de catarata cai para cerca de dois meses em Venâncio

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A fila e o tempo de espera para cirurgia de catarata diminuíram em Venâncio Aires. Se até meados de 2022 havia pessoas que estavam há dois anos esperando, nos últimos meses esse tempo caiu para aproximadamente 60 dias. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde. Nesse caso, dois fatores ajudam a explicar: um deles é que os serviços gerais de saúde voltaram a um fluxo próximo do normal depois da pandemia de Covid-19. O outro motivo foi o novo contrato que a Prefeitura firmou com o Hospital Candelária (referência para os procedimentos) há pouco mais de um ano e que ampliou a quantidade de operações mensais. Na prática, o novo convênio permitiu aumentar de 14 para até 54 cirurgias por mês.

Mesmo com essa possibilidade máxima, o número de procedimentos sempre depende da produção do hospital, então nunca será igual todos os meses. Considerando os últimos 11 meses (foi em julho de 2022 que começou o mutirão), a média mensal foi de 30, totalizando mais de 300 encaminhamentos até agora. “Em maio de 2023 foram 54 cirurgias. Em abril foram 41. Então sempre vai ter demanda e depende do fluxo do hospital. Por isso vamos mantendo esse mutirão até que consigamos nos aproximar daquela demanda regular de 14 cirurgias. Claro que varia muito, mas em abril do ano passado tinham 385 pessoas aguardando, ainda da época da pandemia, e até agora foram encaminhados mais de 300. Então diminuiu a fila e o tempo de espera”, destacou o secretário de Saúde, Tiago Quintana.

Atualmente, conforme o secretário, há 79 pessoas na fila de espera por uma cirurgia de catarata, ou seja, já passaram pelas consultas prévias e de diagnóstico (estão com exames prontos). Para cada procedimento cirúrgico, o Estado encaminha R$ 1,5 mil e Venâncio R$ 771,60, de recursos próprios. Em maio passado, por exemplo, para as 54 cirurgias, o Município repassou R$ 41,6 mil.

Consultas

Na rede básica de saúde de Venâncio, as consultas de oftalmologia ocorrem na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Santa Tecla para pacientes menores de 18 anos e acima de 50 anos. Já para a faixa etária entre essas idades e os casos de emergência, o atendimento é feito no Hospital Candelária. Essa divisão ocorre porque, para o transporte, menores de idade e pessoas mais velhas precisariam de acompanhantes, por isso a opção é atendê-los ‘em casa’. O transporte para Candelária é custeado pela Prefeitura.

Dores Müller, 73 anos, passou pela cirurgia no olho esquerdo em abril. “Agora consigo ler novamente” (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

“Voltei a enxergar”, comemora aposentada

Entre as mais de 300 pessoas que passaram por cirurgias nos últimos 11 meses, está a aposentada Dores Müller, 73 anos. Moradora do bairro Santa Tecla, ela conta que no último ano a visão ficou cada vez mais fraca. “Eu via muito pouco, não conseguia nem ler mais ou saber quem estava me ligando no celular. Mas, graças a Deus, voltei a enxergar”, comemora Dores.

A catarata lhe prejudicou os dois olhos, sendo que da vista esquerda ela foi operada em abril, após pouco mais de dois meses de espera. A cirurgia aconteceu num sábado e já no dia seguinte ela pode tirar o curativo. “Quanto tiraram o tampão, ficou tudo claro e nítido. Continuo usando óculos e fazendo tudo certinho, para não prejudicar. Estou muito feliz e agora esperando para fazer a cirurgia na outra vista. O pessoal que for fazer, pode ficar tranquilo. Não tive nenhuma dor e está tudo bem desde que fiz.”

Ligação esperada

A também aposentada Odete Faleiro Guth, 58 anos, vizinha de Dores, está na expectativa pela cirurgia. A ligação tão esperada confirmando o procedimento veio no início dessa semana, dois meses após encaminhar todos os documentos dos exames prévios. “Até para sair sozinha é difícil, enxergo tudo embaçado. Agora me chamaram. Tô faceira, tomara fazer logo, para endireitar”, comentou Odete. A cirurgia dela foi marcada para o dia 5 de julho.

“A cirurgia da catarata é um dos procedimentos que o paciente mais percebe a mudança naquela condição que estava. Havia uma longa fila e uma pessoa ficar tanto tempo com a visão comprometida impacta na qualidade de vida dela. Então a gente fica feliz de entregar esse serviço e vamos seguir com o mutirão.”

TIAGO QUINTANA – Secretário de Saúde



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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