Nós, mulheres, fazemos escolhas pelos outros, não por nós mesmas. E quando somos mães, nós suportamos o que for preciso por nossos filhos. Então, um dia você acorda, é um dia como outro qualquer, no entanto, você acaba de ler um livro que faz você ver a vida com outros olhos. Você pensa em todas as vezes que reclamou de coisas ‘insignificantes’, como por fazer muito calor ou muito frio, por não gostar de alguma comida, por ter de acordar para trabalhar, enfim… a sensação é de um egoísmo tão grande que dói no peito. Você pensa também nas vezes em que colocou um pão fora, por ele ser do dia anterior, isso dói ainda mais, até porque nos dias atuais, você ainda ouve o quanto há de fome no mundo e isso nunca fez você ser tocada tão fundo até você ler este livro.
Cada ser humano, em cada canto do mundo deveria ler, acho que a esperança voltaria para seus corações e suas almas, as pessoas se preocupariam menos com futilidades e muito, mas muito mais com a vida das pessoas a sua volta. Quando digo ‘vida das pessoas’ não se trata do conforto que sempre queremos dar para os nossos, e sim o amor e a dignidade que cada pessoa no mundo deveria ter, o mínimo da dignidade. Aquela mesma dignidade que você nem percebe que possui, que é a joia mais valiosa no mundo, que se chama amor. Mas não se trata de letras soltas, que voam com o vento quando as pessoas falam, nos dias de hoje, as pessoas apenas falam da boca para fora, e ela deve partir da parte mais íntima da alma de alguém.
O amor que faz você agradecer por ter algo para dar para seus filhos comerem, aquele que faz você agradecer por chegar em um hospital e em poucos dias você levar seu filho para casa completamente recuperado de alguma enfermidade, por ter uma cama quente e cobertas suficientes para que eles não sintam frio. Mas, lembre-se, você deve ter consciência de que é uma pessoa abençoada, ainda temos mães que não dormem a noite por terem medo que seus filhos não estejam respirando quando elas acordarem, seja por frio, por fome ou ainda pela violência que assola nosso planeta.
Trecho do livro: “Eu faço a única coisa em que consigo pensar: corto meu dedo e o coloco na boca dele. Como um recém-nascido, ele suga meu dedo, bebendo meu sangue morno. Isso dói, mas não tanto quando escutar a congestão nos pulmões dele ou sentir o calor na sua testa.”
Uma mãe em meio a uma gerra, com dois filhos, quatro e cinco anos, lutando pela sobrevivência, principalmente pela sobrevivência de seus dois filhos. O filho está doente, à beira da morte e não há remédios, médico ou hospitais e não há comida. Faça o mundo valer a pena, não apenas para alguns, mas para todos, onde não há guerra, onde não há fome, onde não há sede, este sim é o paraíso. Por que não é possível que todas as pessoas vivam nele, neste paraíso? Eu digo a você, é possível sim, mas o egoísmo não permite isso.
OBS.: Essa postagem é uma colaboração da leitora Camila Schuh, que, ao ler este livro, quis contribuir conosco. Você também tem alguma coisa bacana para dizer? Envie para nós!