A casa onde se passa a infância sempre é uma lembrança que fica na memória das pessoas. Cristina Ávila Santos da Silveira, 48 anos, tem o privilégio de, hoje, atender os seus pacientes na casa onde cresceu, junto com o pai Valter Ferreira Santos, 78 anos.
Foi na residência da esquina das ruas Barão do Triunfo e Visconde do Rio Branco que a dentista cresceu com sua família, até os 19 anos. Há oito anos, depois de morar em diversas cidades pelo Brasil, voltou para Venâncio Aires e trabalha no local. O pai, Valter, que é natural de Santa Maria, mora no endereço há 47 anos e logo que construiu a casa já separou uma sala para fazer os atendimentos de dentista. Valter é assinante do jornal Folha do Mate desde 1977.
A lembrança mais forte para Cristina, ao ver a casa, é a sua mãe, já falecida há oito anos. “Tudo aqui é ligado a ela.” Na infância, morava na casa com os pais e o irmão Ricardo, que hoje está em Santa Maria. Cristina reside hoje na Avenida Ruperti Filho.
Uma das lembranças da dentista é de quando ficava na janela da sala de estar com a mãe, e elas brincavam de adivinhar a cor dos carros que passariam na rua. Na época, o movimento do trânsito era pouco.
O seu pai, Valter, foi um dos primeiros dentistas do município e ela lembra da grande quantidade de pacientes que o pai atendia, a maioria pelo convênio de sindicatos. “Eu abria a janela do meu quarto e via a fila de pessoas já cedo da manhã ou quando tocavam a campainha de madrugada procurando atendimento”, recorda.
Atualmente, a dentista percebe as mudanças. “A primeira coisa que reparei quando voltei é a quantidade de carros e a dificuldade de achar vagas de estacionamento.” Outro fator que a surpreendeu negativamente foi o aumento da criminalidade, quando vizinhos tiveram pertences furtados.
Apesar disso, ela e o pai gostam bastante do local. “Sempre conversamos sobre as mudanças e evoluções. É perto de tudo, considero um endereço privilegiado”, afirma Cristina.