Os casos de atendimento de emergência para pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) e infarto vêm aumentando gradativamente com o passar dos anos, e os números assustam os profissionais de saúde. Nesta época do ano, no inverno, os cuidados devem ser ainda maiores com as doenças cardíacas.
Segundo o diretor técnico do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Paulo Romeo Coitinho Abrahão, neste ano, de janeiro a junho, foram atendidos 26 casos de AVC e 17 de infarto. De acordo com ele, os números crescem a cada ano e as doenças sempre são uma preocupação, principalmente nos meses mais frios. Nestes casos, pacientes que chegam entram pela emergência e vão direto ao Pronto Atendimento.
A coordenadora de Enfermagem do HSSM, Gabriela Mendes da Silva Flores, afirma que no ano passado foram 44 atendimentos de emergência para pacientes com AVC – 38 deles pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e seis por demais convênios – e 41 pacientes infartados atendidos na emergência da casa de saúde. O número de casos de AVC deste ano, até junho, já ultrapassa metade do total obtido em 2022.
Cuidados
O cardiologista Jorge Luiz Nazario explica que o AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem a circulação. “É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo”, afirma.
O médico ressalta que existem dois tipos de AVC: o hemorrágico e o isquêmico. O primeiro acontece quando houve o rompimento de um vaso cerebral e, o segundo, mais comum, quando uma artéria é obstruída. Entre os fatores de risco estão a hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar.
O infarto agudo do miocárdio é caracterizado como uma forte dor no peito, sudorese e dores no braço esquerdo, sintomas que podem levar o paciente à morte. A doença é popularmente conhecida como ataque do coração e acontece quando há a obstrução de uma das artérias coronárias que abastecem o coração com sangue e deixam o músculo cardíaco sem oxigênio. “O mecanismo de obstrução dessa artéria é a formação de uma placa de gordura”, destaca Nazario.
Entre os fatores de risco para o infarto, idade e sexo são os principais, já que quanto mais idosa for a pessoa, maiores são as chances de ter um infarto. Além disso, as mulheres que entram na menopausa estão mais sujeitas. A pressão alta, diabete mellitus, obesidade, colesterol, sedentarismo e tabagismo também colocam pessoas no grupo de risco.
Principais alertas para um AVC
- Fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna e especialmente em um lado do corpo.
- Confusão mental.
- Alteração da fala ou compreensão.
- Alteração na visão.
- Alteração no equilíbrio, coordenação, tontura ou no andar.
- Dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente.
Inverno
- Segundo o cardiologista Jorge Luiz Nazario, no inverno o número de infartos são maiores, porque o frio faz com que as artérias fiquem mais contraídas. O risco também aumenta porque a alimentação desta época tem mais alimentos ricos em gordura e açúcar, e as pessoas diminuem a frequência de atividades físicas.
