Jovem de Linha Marmeleiro investe na produção de ovos

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Um dos novos empreendimentos do setor avícola está em Linha Marmeleiro, no 3º Distrito de Venâncio Aires, e é resultado do sonho e da determinação de uma jovem de apenas 25 anos. A granja, onde estão alojadas pouco mais de 13,6 mil galinhas, entrou em funcionamento há pouco mais de um mês, mas foi planejada ao longo dos últimos três anos por Daniela da Silva. Depois de passar a infância e a adolescência em Marmeleiro, ela trocou o interior pela capital gaúcha, quando se mudou para Porto Alegre, em 2016, após ser aprovada para o curso de Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Gosto muito de matemática, da área de exatas, mas não me encontrei com a cidade e por isso resolvi voltar”, relata.

No retorno para a casa do pai, Elenito da Silva, Daniela começou a pensar em uma área de atuação no meio rural. A ideia, no entanto, diferentemente do pai, que tem o tabaco como carro-chefe, era focar em algo que não dependesse das condições climáticas. Entre as opções, cogitou investir em chiqueirão de porcos e aviário para frango de engorda. Depois de conhecer uma granja no município vizinho de Sério, decidiu apostar na produção de ovos. O investimento foi superior a R$ 1,6 milhão, viabilizado com auxílio de linha de crédito do Plano Safra.

Daniela argumenta que a parceria com a empresa integradora, com a garantia de compra dos ovos, pesou muito na hora de investir, assim como o fato do produto sempre ter demanda no mercado. “A venda é certa. É um produto que sempre tem mercado e escoamento, então é um menor risco. Foi um investimento alto, mas com o pé no chão”, define. Ela também ressalta a importância do apoio do pai para que tirasse a ideia do papel. “Ele foi meu maior apoiador. Além de emprestar a terra, fez tudo para auxiliar e realmente acreditou em mim.”

Ovo caipira vermelho

A expectativa é de que, quando a granja estiver em plena atividade, sejam entre 12,5 mil e 13 mil ovos por dia. O produto da granja de Daniela é do tipo caipira vermelho– o mais valorizado entre as diversas linhas da NaturOvos, empresa de Salvador do Sul, à qual é integrada. “São ovos de aves livres, que vivem soltas na granja”, explica a pecuarista. Ela comenta que um dos diferenciais é a possibilidade de as aves ficarem soltas em um pátio de 25 por 180 metros, ao ar livre, todas as tardes. No momento, entretanto, por conta das restrições em função da gripe aviária, essa prática não é possível.

“Produzir alimento é um bom investimento porque sempre tem demanda. O ovo é um dos principais alimentos, muito proteico, e é utilizado como base para muitas coisas. Tem mercado e escoamento garantido.”

DANIELA DA SILVA – Proprietária de granja em Linha Marmeleiro

Dia a dia na granja

• No modelo de negócio da granja de Daniela, ela oferece a estrutura – o pavilhão e a energia elétrica – e a mão de obra, enquanto a empresa integradora é proprietária das galinhas e fornece ração, medicamentos, assistência técnica e veterinária.

• Em geral, as aves chegam na granja com 18 semanas (esse primeiro lote veio com 15 semanas) e permanecem por cerca de quatro meses. “Mas isso pode variar, por exemplo, se a produção se manter em 90% por mais tempo. Da mesma forma, se diminuir antes, esse período pode ser mais curto”, explica.

• Atualmente, Daniela realiza sozinha praticamente todos os serviços na granja. O marido, Leonardo Meneghetti, é produtor de tabaco, mas auxilia a esposa de forma pontual, com questões estruturais.

• A rotina da pecuarista começa cedo: às 5h30min, faz a primeira ‘ronda’. A luz do aviário liga automaticamente às 4h30min e a partir das 6h já é possível recolher os primeiros ovos – a perspectiva é de que, até as 10h30min, 95% dos ovos já tenham sido colocados.

• Estudo constante em busca de informações, contato com a assistência técnica e troca de experiências com outros produtores rurais fazem parte da rotina de Daniela, que esbanja empolgação com a escolha profissional. “Estou adorando a experiência. Acho que agora realmente me encontrei”, afirma.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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