Jarbas quer PSDB com o governo

O prefeito Jarbas das Rosa (PDT) vai concorrer à reeleição com a vice Izaura Landim (MDB). Ele deixa isso claro nas suas manifestações. Paralelamente ao trabalho para tocar a administração, Jarbas também faz movimentos políticos. Eleito pela coligação de sete partidos, PDT/MDB/REPUBLICANOS/PSL/ PSC/ CIDADANIA/PSD, ele trabalha para manter este bloco e quer trazer o PSDB, pois o partido é federado com o Cidadania, que já está no governo.
“Tenho falado com a diretoria do Cidadania, que continuará alinhado com o governo. Assim como tenho falado com o grupo que deve assumir o PSDB que é alinhado com o governo. Inclusive conversei na semana passada com o deputado federal Lucas Redecker, presidente do PSDB no RS, para alinhar a visita do governador Eduardo Leite à Venâncio para inauguração de obras. E tenho conversado com lideranças do PSDB aqui”, me disse Jarbas na última semana.
Os tucanos tiveram em Vinícius Medeiros uma renovação na eleição municipal de 2016, onde Vinicius fez 6,8 mil votos para prefeito e em 2018, quando ele fez aqui 7,5 mil votos para deputado estadual, projetando um crescimento do partido. Mas o movimento desmoronou logo depois, quando Vinícius deixou a presidência do partido e a política, para se dedicar ao IBSaúde, empresa do seu pai José Eri Medeiros, que atua na área da saúde pública e tem orçamento acima de R$ 100 milhões/ano na gestão de hospitais, UPA’s e clínicas no estado. Com isso o PSDB precisará se reorganizar, novamente.

Prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e vice Izaura Landim (MDB) tem boa sintonia com o governador Eduardo Leite (PSDB) e o vice Gabriel Souza (MDB). (Foto: Divulgação)

Oposição
Jarbas também sabe que pode perder partidos da coligação que o elegeu, como o Republicanos e o PSL, que somado ao Democratas, virou União Brasil, e podem se alinhar com uma chapa de direita, que o PP, agora com o empresário Maciel Marasca na presidência, e o PL, com Alexandre Wickert na liderança da Comissão Provisória, buscam construir. Eles se reúnem a cada 15 dias para desenvolver este projeto político.
Neste quadro eleitoral tem o ex-prefeito Giovane Wickert (PSB), Subsecretário de Infraestrutura e Obras Públicas na secretaria de Obras Públicas do Estado, que busca construir um movimento de apoio para concorrer novamente a prefeito. Giovane articula nos bastidores com outros partidos e lideranças e precisará ‘quebrar’ o quadro atual para ter apoios partidários. Em 2020 ele concorreu à reeleição, e perdeu, com PSB/PTB/PL/Dem/PSDB/PP.
E tem o ex-vice-prefeito pelo extinto PTB, Celso Krämer, agora no Podemos. Ele já anunciou que não concorre mais, depois de fazer só 1,8 mil votos em Venâncio para deputado estadual em 2022. Krämer, que não deve estar com Giovane – os dois foram prefeito e vice juntos na administração anterior -, já emitiu sinais de se aproximar de Jarbas, mas não é bem aceito no PDT. Bolsonarista, penso que Krämer, para não ficar isolado, vai tentar se alinhar ao movimento de direita, do PP e PL, que talvez tenha mais Republicanos e União, que tentam construir um grupo forte para concorrer, mas que precisa ter um nome competitivo. Nesse bloco Krämer também tem resistência de aceitação.
E tem o PT, que deve ter candidato – fala-se no nome do delegado Paulo Cesar Schirmann – e apostar no efeito Lula. Ou o PT se alinharia com Giovane? É uma interrogação que já vi mais gente citar.
A eleição municipal parece distante, mas 2024 é logo ali. Faltam 15 meses para a eleição.

Na região
Na microrregião de cobertura da Folha, em Mato Leitão, Carlos Bohn (PSDB), prefeito reeleito como candidato único em 2020, conclui seu quarto mandato, o segundo consecutivo, e vai deixar a prefeitura. Um novo prefeito será eleito em 2024.
Em Vale Verde o prefeito Carlos Gustavo Schuch (MDB) também reeleito, conclui seu segundo mandato e deixa a prefeitura. Um novo prefeito será eleito.
Em Passo do Sobrado, o prefeito Edgar Thiesen (PP) está no primeiro mandato e pode concorrer à reeleição, mas sem a sua vice, Celina da Rosa (MDB), partido que deixou o governo em abril deste ano e vai ser oposição em 2024.
Nas cidades polo regional, Lajeado, no Vale do Taquari, tem o prefeito Marcelo Caumo (PP) concluindo seu segundo mandato consecutivo. Um novo prefeito será eleito na cidade que mais cresce na região dos Vales. Em Santa Cruz, no vale do Rio Pardo, a prefeita Helena Hermany (PP) está no primeiro mandato e pode concorrer à reeleição.

Posse de Tiago no PDT

Está marcada para dia 4 de agosto, no Piquete Machry, a posse de Tiago Quintana na presidência do PDT. Ele foi eleito para assumir a direção do partido em lugar de Sid Ferreira. Os dois são vereadores eleitos chamados pelo prefeito Jarbas da Rosa para atuar no governo. Sid na SISP e Tiago na Saúde. O PDT tem 904 filiados e quer superar a marca de mil filiados.
Depois da posse pomposa de Maciel Marasca no PP, com 400 pessoas na Sociedade de Leituras em junho, com a presença do senador Heinze e deputados, o PDT deve estar trabalhando forte para ter casa cheia na posse de Tiago, uma nova liderança que vem sendo preparada no partido para disputas majoritárias ali adiante.

Asfalto na Avenida

O prefeito Jarbas da Rosa (PDT) está asfaltando a Avenida Rupperti Filho, no trecho com canteiro, entre a General Osório e Armando Ruschel. E, sabidamente, asfalto puxa desenvolvimento. O asfalto não está pronto ainda, mas novos empreendimentos comerciais começam a surgir nesta rua central, que até agora era mais residencial. Quem anuncia a construção de uma mega loja na esquina da Avenida com a Conde D’Eu é a empresária Loren Danelon, da loja Original, hoje localizada na esquina da Tiradentes esquina com a Rufino Pereira, ao lado da escola Monte das Tabocas.

Câmara tem reunião solene

Câmara de Vereadores realiza sessão solene na quarta, dia 26, com entrega do troféu Câmara Destaque para representantes das categorias Motorista Destaque, Mérito Empresarial, Agricultor Empreendedor, Líder Comunitário e Advogado Destaque. Também serão entregues diplomas de Honra ao Mérito para empresas. Os premiados são indicados pelos vereadores.

Taxar jogos

Governo Lula, através de Medida Provisória, regulamenta as apostas esportivas. E é preciso regulamentar. A MP prevê 16% de taxação sobre o faturamento das empresas, todas sediadas em paraísos fiscais fora do Brasil, mas que exploram o jogo aqui, como permitem as leis brasileiras. A alíquota está dividida em 10% para seguridade social, 2,55% para o Fundo Nacional de Segurança Pública, 1,63% para os clubes esportivos, 1% para o Ministério do Esporte e 0,82% para a educação básica. A projeção é faturar entre R$ 12 e R$ 18 bilhões por ano, sobre a estimativa de R$ 150 bilhões em apostas no país. Também vem taxação de 30% sobre os prêmios dos apostadores, dinheiro que fica com o governo, que precisa arrecadar R$ 150 bilhões a mais, já neste ano, para cobrir os gastos que faz além da receita que tem.

STF político

Luís Roberto Barroso, ministro vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que assume a presidência da corte em setembro, no lugar de Alexandre de Moraes, vai empilhando manifestações político-ideológicas, como também fazem outros ministros as corte. No Congresso na União Nacional dos Estudantes (UNE), Barroso, em discurso inflamado, disse ‘derrotamos o Bolsonarismo”. Depois do impacto negativo que causou, ele tentou ‘remendar’ dizendo que o ‘derrotamos’ se referia aos votos.
Barroso, nomeado por Dilma para o STF, tem um histórico de manifestações agressivas contra quem é de direita. Depois da eleição de 2022, onde Bolsonaro foi derrotado por Lula, na entrada de um hotel em Nova Iorque, Barroso se dirigiu à manifestantes bolsonaristas e disse: “Perdeu mané”, um jargão do crime organizado. Em outra oportunidade disse nos corredores do poder em Brasília que ‘eleição não se ganha, se toma’. Em maio disse em Porto Alegre que ‘o poder judiciário passou a ser um poder político’. E agora diz em tom inflamado ‘derrotamos o bolsonarismo’.
As manifestações de Barroso só confirmam o que assistimos estupefatos. O Supremo Tribunal Federal, a corte suprema da justiça, deixou de ser a última instância técnica e neutra, para se transformar em uma instância político-ideológica. E a reação, além da indignação popular de quem não é da esquerda, se resume a deputados de oposição, que pedem ‘impeachment’ de Barroso no STF pelas suas manifestações antidemocráticas e não condizentes com a corte máxima da justiça brasileira. A grande mídia contemporiza, quando não constrói narrativas para defender as manifestações políticas dos ministros do STF.

Do Twitter

  • JN: Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que as mortes violentas diminuíram no país, mas aumentaram na Região Norte
  • Revista Oeste: Lula agradece à África por ‘tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão’
  • Gazeta do Povo: Movimento negro e governistas ignoram fala de Lula sobre “gratidão pela escravidão”
  • Estadão: Busca e apreensão em suspeitos de hostilizar Moraes ‘extrapolam’ a lei, dizem constitucionalistas.
  • Folha S. Paulo: Ministros do STF mudam votos e fazem acenos ao governo Lula. Após embates com Bolsonaro, corte vive clima de harmonia com gestão petista, e magistrados reveem posições
  • Veja: CGU encontra distorções contábeis de R$ 202 bilhões na gestão de Bolsonaro
  • UOL: Eduardo Leite envia representação ao MP contra Jean Wyllys por homofobia
  • Eduardo Leite: A exemplo do que fiz quando fui atacado com declarações homofóbicas por Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro, decidi ingressar com representação contra Jean Wyllys pelas falas preconceituosas e discriminatórias contra mim.
  • Sergio Moro: Os crimes caíram no Governo anterior pois foram adotadas políticas eficazes, como o fortalecimento do Banco Nacional de DNA, o confisco dos bens do tráfico e o isolamento das lideranças criminosas. O discurso também mudou e o criminoso parou de ser tratado como coitadinho.



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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