O município de Venâncio Aires passará a realizar análises periódicas da água do arroio Castelhano, principal fonte de abastecimento para a população da cidade, que abrange cerca de 53 mil moradores. O plano de monitoramento da qualidade da água é uma exigência da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), como contrapartida do convênio por meio do qual a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) realiza o licenciamento e a fiscalização de empreendimentos.
Embora ainda não haja data para começar o monitoramento da qualidade da água nem mesmo uma estimativa do custo, o secretário de Meio Ambiente, Nilson Lehmen, destaca a importância da iniciativa. Conforme previsto na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 357/2005, serão 102 parâmetros analisados, que abrangem inclusive a existência de pesticidas e metais pesados, além dos padrões de potabilidade da água. A ideia é que, além de pontos na área urbana, também sejam realizadas coletas na área rural e industrial.
“Com as análises será possível identificar quais os poluentes estão contaminando a água. Assim, determinar um plano de ação para reduzir seu lançamento. A melhora da qualidade dependerá de ações para evitar ou atenuar lançamento de determinados contaminantes no corpo receptor”, considera Lehmen.
Um projeto do plano de monitoramento foi encaminhado para a Fepam, que retornou com considerações que devem ser atendidas. Agora, a equipe da Semma trabalha nos apontamentos e, em breve, deve enviar novamente o documento para aprovação. Ainda não está definida a instituição que realizará as análises.
Atualmente, a Vigilância Sanitária de Venâncio Aires solicita laudos mensais de análise de água da Corsan e das associações hídricas.
Coliformes fecais
Em maio deste ano, uma amostragem feita pela Universidade do Vale do Taquari (Univates) e contratada pela Prefeitura, apontou um alto índice de coliformes fecais. De acordo com Lehmen, o parâmetro é de até quatro mil nmp (Número Mais Provável) por 100 mililitros de água. No entanto, junto ao ponto de captação da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), no Acesso Grão-Pará, o resultado foi de 4,9 mil nmp/100 ml.
O que se observou, a partir das análises, é que as amostras coletadas no interior tinham melhores índices e, na medida que o Castelhano avança pela cidade, o número de coliformes aumentou muito. No bairro Battisti, por exemplo, chegou a 28 mil nmp/100 ml. Na Sanga do Cambará, alcançou 160 mil.
O secretário de Meio Ambiente reconhece que os números preocupam e que é preciso avançar no tratamento de esgoto, mas pondera que não é possível considerar apenas essas amostras isoladas. “Para se ter uma média, é preciso realizar de forma periódica, umas quatro no ano. Além disso, como tivemos uma grande estiagem, esse pode ter sido um fato que refletiu na grande concentração de coliformes fecais”, analisa.