Cerca de vinte por cento da população brasileira sofre desta doença, que se caracteriza por uma dor de cabeça muito intenso, do tipo pulsátil, em pressão ou aperto, localizado nas têmporas ou na fronte, sendo mais em um lado da cabeça, geralmente incapacitando a pessoa para as suas atividades e piorando com os esforços ou atividades físicas. A crise pode durar de quatro até setenta e duas horas e costuma vir associado a enjôo ou vômitos e geralmente caracteriza-se por uma intolerância à claridade e aos ruídos.
Como a doença é transmitida geneticamente, costuma-se ter diversas pessoas na mesma família com este quadro.
Existem alguns alimentos que podem desencadear as crises de enxaqueca, especialmente as que contêm substâncias com ação direta sobre os vasos sanguíneos. Temos aí a tiramina, encontrada no queijo envelhecido e nas carnes, os nitritos, e em especial o álcool.
O que se pode fazer quando a crise aparece?
Valem algumas dicas. Temos o tratamento prescrito pelo médico e existem algumas medidas preventivas muito eficazes, que podem ser tomadas em casa.
Em primeiro lugar, tomar algumas medidas que possam prevenir as crises. As mudanças no estilo de vida, como hábitos regulares para as refeições e o sono, devem contribuir para controlar a enxaqueca. Uma mudança na dieta, eliminando alimentos que possam desencadear o quadro, como bebidas fermentadas como o vinho tinto, ou evitar expor-se demasiadamente à claridade e ao sol e ainda evitar uso excessivo de perfumes ou permanecer em ambientes com forte odor de solventes químicos. Por outro lado, úteis para a sua prevenção são as dietas ricas em magnésio, baseadas em verduras frescas, frutos do mar e nozes e ainda dietas ricas em triptofano, um aminoácido encontrado em verduras frescas, feijão e outros cereais integrais.
Em segundo lugar, quando temos uma crise já instalada, com uma dor intensa, além de tomar o medicamento prescrito pelo neurologista ou o clínico que estiver orientando o tratamento, deve-se procurar um local mais reservado e de pouca luminosidade, para se recostar. O gelo sobre as áreas dolorosas pode ser bastante benéfico. O medicamento prescrito pelo médico não deve ser tomado mais de duas vezes por semana. Convém tomar muita água e alimentar-se moderadamente. É muito bom que se descanse.
Por último, a chamada terapia não medicamentosa vem a ser o terceiro pilar do tratamento da enxaqueca. Devem-se incluir exercícios regulares, relaxamentos, bem como a educação do paciente para uma abstinência relativa dos fatores que poderão desencadear as crises. Estas condutas são fundamentais para um tratamento bem sucedido, que poderá reduzir significativamente a incidência das crises da enxaqueca.