Uma tarde importante para quem trabalha com o cultivo de árvores frutíferas. Na última terça-feira, 8, a Emater-RS/Ascar em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, realizou uma atividade orientativa destinada a produtores de frutíferas em escala comercial.
A atividade foi conduzida pelo engenheiro agrônomo e chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin. A chamada ‘tarde de campo’ foi realizada na propriedade de Dirceu e Cleria Hinterholz, em Vila Palanque. Participaram agricultores vinculados ao Programa Municipal de Reflorestamento na Propriedade Rural, que repassou 1.085 mudas de árvores frutíferas.
Fin explicou o passo a passo para a realização da poda, desde os equipamentos necessários para a execução dos procedimentos, como a utilização de chapéu, protetor solar e luvas. A poda exige um estudo e análise das condições dos galhos para avaliar a capacidade de produção.
As podas, de acordo com o chefe da Emater, contribuem para o melhoramento da condição de produção de frutas para consumo, com boa qualidade, doçura e aspecto melhor. “A poda permite uma coloração mais intensa e maturação, redução de problemas fitossanitários, formato e equilíbrio do fruto”, explica.
O engenheiro agrônomo salienta que além de equilibrar, muitas vezes se ganha em produção. Esse fortalecimento melhora a sanidade, porque quanto mais frutos com menor tamanho, maior a chance de ter problemas com caimento de frutos, quando pragas e doenças acabam se instalando.
Sobre a realização da tarde de campo, Fin ressalta que normalmente se tem atingido um bom número de pessoas, estudantes, técnicos e produtores interessados no assunto. “O importante que a gente vê é que as pessoas que estão presente gostam e de alguma forma elas primam por participar e valorizam isso”, destaca.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Gilberto dos Santos, diz que esta é uma boa oportunidade para os produtores receberem instruções sobre o manejo das espécies. As estudantes de Agronomia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e estagiárias da pasta, Kadiny Silveira Lucke e Thaís Amanda Gonçalves participaram da atividade. Para elas, esse aprendizado prático é muito válido. “Não tivemos disciplina sobre poda ainda, então todo conhecimento é válido”, diz Kadiny. A forma didática e demonstrativa foi algo que chamou a atenção das estudantes.
A aposta da família Hinterholz
A tarde de campo foi realizada na propriedade de Dirceu Hinterholz, 64 anos, e Cleria Hinterholz, 61. Dirceu compartilhou as experiências com o grupo presente. Ele começou o cultivo de árvores frutíferas na propriedade em Vila Palanque em 2018.
Depois de morar 25 anos em Nova Araçá, na Serra Gaúcha, e acompanhar a produção de frutíferas por lá, o casal voltou para Venâncio Aires para morar com a mãe de Dirceu, Leonícia. O agricultor diz que percebeu que na cidade em que vivia as propriedades se dividiam em gado e vacas de leite ou suínos e frango, mas o que realmente capitalizava as propriedades era a fruticultura. “Quando voltei recebi um hectare de terra e decidimos investir na produção de frutas, deu muito certo”, considera.
Atualmente, Dirceu e Cleria cultivam uva, amora e caqui e trabalham com comercialização da produção de ‘casa em casa’. Nas parreiras da família são colhidos cerca de 2 mil quilos de uva e 500 quilos de amora.