Paternidade ativa, um presente para pais e filhos

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“Sou um pai que fez e faço tudo desde o primeiro dia”. A declaração é do pai da pequena Maria Liz, de 1 ano e três meses. Neste domingo, 13, Gustavo da Silva Barbosa, 34 anos, vai comemorar o segundo Dia dos Pais com a pequena em seus braços. No dia a dia, ao lado da companheira Betina Dias, ele participa de todas as fases e tarefas que envolvem a criação da pequena.

Na lista de responsabilidades estão desde os momentos mais leves, como as brincadeiras e descobertas de quem há pouco tempo chegou ao mundo, até as situações mais desafiadoras que a paternidade e a maternidade impõe.
Gustavo é um pai presente. É aquele que compartilha as tarefas diárias, como a hora do banho, as refeições, a hora de dormir, as atividades da escolinha, os choros, as birras e todos aqueles desafios que quem tem uma criança dentro do lar conhece bem. “Quando descobrimos a gravidez foi um sentimento de felicidade inexplicável. Já no dia que ela nasceu tive um misto de medo e alegria que nunca tinha experimentado. Ver aquele primeiro contato, através do choro, é inexplicável”, relembra o projetista mecânico.
Para Barbosa, a paternidade chegou com a proatividade de quem divide com a mãe todas as missões do dia a dia de criar um filho. “Falar da nossa relação é muito fácil, pois sou daqueles pais que faz de tudo, desde o banho, a primeira troca, até aquelas fraldas que apavoram e você não acredita que é de um bebê tão lindo”, brinca Gustavo, ao garantir que essa contato só traz benefícios para o convívio entre o casal e com a filha.

“Aprendi com ela uma forma de amor que nunca imaginei existir, que fico sem palavras para descrever. Me sinto a pessoa mais feliz e completa desde que a Maria Liz chegou.”
GUSTAVO BARBOSA – Pai da Maria Liz e filho de Luis Felipe Prado Barbosa

Benefícios

O papel dos pais vem mudando no decorrer dos anos, acompanhando a evolução da sociedade. Esse novo conceito também é reflexo dos espaços que a mulher vêm ocupando no mercado de trabalho e em postos de liderança. Segundo o psicólogo da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo, Ezequiel Calegari, percebe-se que os pais mais jovens estão mais motivados em participar do nascimento e da criação dos filhos. “O bacana é que essa expectativa gera uma preparação ainda maior”, observa.
Segundo ele, os pais contemporâneos estão mais presentes na vida da criança e dos adolescentes, o que é fundamental no desenvolvimento psicológico e traz benefícios para que eles se tornem adultos seguros e emocionalmente fortalecidos. “Não que os pais antigamente eram ausentes, era outro momento de vida, outra realidade. Muitas vezes deixavam os filhos sobre a responsabilidade da mãe pois tinham outras tarefas, trabalhavam fora, mas isso foi mudando e hoje o pai consegue estar mais presente em todo o desenvolvimento da criança. Isso é muito importante para fortalecer emocionalmente as crianças”, destaca.
Estudos comprovam os benefícios da paternidade ativa e citam a evolução que vem ocorrendo com as novas gerações de pais. A presença contribui positivamente na formação dos filhos, mas também na relação conjugal e na vida do próprio pai. “Há estudos que mostram que a paternidade mais presente acaba fazendo com que a pessoa tenha uma expectativa de vida de cinco anos a mais”, observa Calegari.
Segundo o psicólogo, “o pai não é mais aquele que só ajuda a trocar fralda, ele deve ser aquele que divide todas as tarefas com a esposa, que divide todo o desenvolvimento da criança.” Neste sentido, defende Calegari, a figura paterna tem papel primordial para apresentar os limites aos filhos. “O pai moderno está mais presente, mas ele também
precisa acolher o que ela está vendo e orientar. Ele precisa apontar os caminhos”, explica.
Outro ponto observado pelo profissional, que é pai da Antonella, de 4 anos, é a união e sintonia do casal na criação dos filhos. “O casal precisa estar unido, alinhar as condutas e ter unidade na fala, para um não desqualificar a fala do outro. É preciso falar a mesma linguagem”, defende.

“Precisamos desacelerar desta rotina tão intensa que todos nós vivemos. Precisamos parar e viver as relações, viver o presente, viver com as pessoas que a gente gosta, seja conversando, dialogando, brincando. Isso é muito importante para todos nós.”
EZEQUIEL CALEGARI – Psicólogo da Unimed Vales
do Taquari e Rio Pardo



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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