Em clima de Feira do Livro de Venâncio, conheça uma jovem que é inspiração quando o assunto é leitura

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Entre a quinta-feira e o domingo, dias 24 e 27 de agosto, ocorre a 24ª Feira do Livro de Livro de Venâncio Aires. A programação, no Parque do Chimarrão, vai estar repleta de escritores, personagens e muita diversão. Para entrar no clima, o Na Pilha! apresenta reportagem especial a partir do tema da Feira: Ler Transforma. Confira!

Ter coleção de marca-páginas. Não largar o livro até chegar no fim. Ficar triste, sentir falta de um personagem e até mesmo chorar quando termina de ler uma história. Se você se identificou com alguma dessas situações, provavelmente é daqueles leitores de carteirinha.

Com Gabriella Alícia Algayer Gomes, 18 anos, é exatamente assim. Os livros fazem parte da vida dela desde a infância. Tudo começou por incentivo da avó Sônia, que a presenteava com livros e garantia uma mesada para que pudesse adquirir novas obras. A caminhada como leitora começou com contos infantis, gibis – os preferidos eram da Turma da Mônica Jovem – e títulos como Diário de uma garota nada popular e Diário de um banana. “A leitura foi uma válvula de escape pra mim e com ela descobri um universo único”, recorda.

De lá para cá, Gabriella já perdeu as contas de quantas madrugadas ficou acordada enquanto mergulhava em histórias de fantasia e romance – seu estilo favorito. Séries como A rainha vermelha, de Victoria Aveyard; Estilhaça-me, de Tahereh Mafi; e Corte de Espinhos e Rosas, de Sarah J. Maas, estão entre os favoritos.

Para a guria, o termo ‘maratonar’, muito usado para se referir às séries, encaixa bem na leitura, especialmente quando há uma coleção de livros e um convida a conhecer a história do outro. Em alguns momentos, leu tantos na sequência que, depois, ela encarou a chamada ressaca literária e precisou dar uma folga antes de iniciar uma nova história.

Para Gabriella, ser leitora é uma parte importante da vida e diz muito sobre a sua personalidade (Foto Marília Haas/Divulgação)

O aplicativo Skoob é um aliado para monitorar as metas de leitura, marcar em qual página iniciou e parou de ler, quantos livros leu e quais estão na fila, além de interagir com outros leitores em grupos literários.

“Já cheguei a ler 25 livros em um ano. Com o trabalho e os estudos, agora tenho lido muito menos do que em outros momentos. Neste ano foram seis e a meta é chegar a pelo menos nove”, compartilha a estudante do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Cônego Albino Juchem (CAJ), que atua como professora de Inglês em uma escola de idiomas.

Para ela, os avanços que a leitura proporciona são gigantes. Entre eles, cita a ampliação do vocabulário e a facilidade para uma escrita mais fluida. Inclusive, em 2021, ela já se aventurou como autora e escreveu Escolhida para lutar, romance com fantasia que está disponível para leitura na plataforma Wattpad. Até agora, já foram mais de cinco mil visualizações no livro.

Hábito indispensável

Leitura faz parte da vida de Gabriella desde a infância, incentivada pela avó Sônia (Foto: Arquivo pessoal)

O envolvimento com a leitura é algo tão natural no dia a dia de Gabriella, que para ela é difícil imaginar uma vida sem livros. Até agora, já foram 120 lidos, sem contar os gibis e outros infantis. Enquanto a média brasileira é de cinco livros por ano (veja sobre essa pesquisa no box), a estudante quer sempre ir além. “Não consigo viver sem livros, é como se fosse oxigênio”, define.

É por isso que, entre amigas, em vez de presentes, a sugestão é sempre trocar obras literárias. “É o melhor presente que podemos receber”, considera. Em dois ensaios fotográficos realizados por ela, eles também foram itens indispensáveis no cenário. “Ser leitora é uma grande parte da minha personalidade. Uma das partes mais importantes da minha vida.”

Com a leitura, novos entendimentos do mundo

A professora de Língua Portuguesa e Redação Luana Schonarth explica que, além dos benefícios diretos e conhecidos da leitura, como vocabulário, internalização da estrutura das frases e criatividade, ler abre uma janela de possíveis e diferentes entendimentos do mundo.

“Quando nos deparamos com um conto, um artigo de opinião, uma crônica, por exemplo, pensamos sobre situações, personalidades, problemas, medos, alegrias, preocupações (nossas e dos outros)”, exemplifica. Essa ‘bagagem’ contribui muito na hora de escrever uma redação, seja ela um texto para a escola ou a redação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ou outro processo seletivo.

“Ler nos faz questionar, duvidar (e buscar solução para a dúvida). A leitura desaliena, ela liga um alerta avisando que o nosso jeito de ver o mundo pode estar limitado. E isso acontece porque, justamente, os textos mostram outros cenários, outras opiniões, outra forma de ver.”

LUANA SCHONARTH – Professora de Língua Portuguesa e Redação

Saiba mais

A 5ª edição do estudo Retratos da Leitura no Brasil, publicado em 2020, mostrou que a média é de 4,95 livros, por ano, por brasileiro, considerando os que foram lidos totalmente e outros em parte. Em 2011, o índice era de quatro obras por ano. Se considerar apenas os livros concluídos, o número cai para 2,55 por pessoa, conforme a pesquisa mais recente. O estudo Retratos da Leitura no Brasil é promovido pelo Instituto Pró-Livro.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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