Depoimentos, registros históricos e fatos importantes dos 150 anos de Linha Isabel foram resgatados ao longo dos últimos meses, como preparação para o sesquicentenário. Entre os envolvidos no trabalho está a escritora Rosmeri Menzel, 51 anos, que é natural da localidade e descendente dos pioneiros Anton Pilz (5ª geração) e Kajetan Siebeneichler (6ª geração).
Para o próximo ano, ela planeja a publicação de um livro que abordará a história dos imigrantes e diversos aspectos da vida na localidade, ao longo do tempo. “É muito gratificante participar desse momento tão especial. Muita coisa foi revivida, lembrada pelas pessoas, assim como aconteceu no cinquentenário e no centenário de Linha Isabel, conforme os registros”, cita.
Filha do ferreiro Paulo Menzel (já falecido) e da costureira Delci Alvina Menzel, 73 anos, Rosmeri mantém muitas memórias da infância, como a produção de carvão num forno na propriedade da família, para que fosse usado na ferraria. O envolvimento comunitário dos Menzel também é destaque. “Por 56 anos, todos os dias, meu pai bateu o sino da Igreja Católica Santa Isabel, mesmo sendo evangélico”, menciona.
Entre as lembranças mais especiais Rosmeri cita as relacionadas à Escola Santa Isabel, como as apresentações de teatro nos finais de ano. “Ninguém era profissional, eram pessoas da comunidade fazendo teatro, inclusive meu pai, que com mais de 70 anos subia no palco de bermuda, suspensório e boné para trás, despertando muitas risadas. A comunidade esperava chegar o fim de ano e lotava o Salão Siebeneichler para assistir ao teatro”, ressalta.
Inicialmente, quem organizava o teatro era Helmuth Pilz, de Linha Esperança. “Era uma pessoa à frente do tempo, que via possibilidade da cultura, da arte.”