Certamente todos já devem ter ouvido e lido as mais variadas manifestações de humor envolvendo a atuação dos profissionais da saúde, sejam eles médicos, dentistas ou outros que atuam nesta área. Na verdade trata-se de trabalhadores muito peculiares: Seus erros, quando cometidos, podem levar à morte. Ao longo da história, temos inúmeras referências segundo as quais, muitas terapias mal sucedidas fizeram sucumbir aqueles que as instituíram. Há 3.700 anos, o Código de Hamurábi já regulamentava a atividade de médicos primitivos, a ponto de tornar inadmissível qualquer possibilidade de erro.
E nos dias de hoje, como se lida com estes fatos? Dizem que o mundo progrediu. O ser humano evoluiu (apesar da honestidade aparentemente ter encolhido – basta atentar aos noticiosos). Nas empresas, as CIPAs noticiam o número de dias que cada instituição vive SEM acidentes. Aliás, todas as experiências desastrosas são convertidas em aprendizado para prevenir futuros acidentes.
Se na Indústria a lição aprendida é transformada em prevenção, na lida com a vida humana, a falha pode resultar em morte, se não física do cliente, muitas vezes na financeira do facultativo. Mas, também se está começando a ter problemas. No estado de Nova York ainda hoje se tem dificuldade para encontrar mais obstetras. Muitos dos que lá atuam são hondurenhos ou de outras procedências latinas, que fogem, assim que os advogados de porta de hospital descobrem seus nomes.
Depreende-se, pois, que o errare humanum est vale para todos, desde que não aplicado aos profissionais da saúde, sobre os quais tantas anedotas se conta, porém, que errar não podem. Aliás, são profissões sobre as quais até se podem fazer piadas, desde que na prática continuem atuando com extrema seriedade e zelo.