Venâncio tem o 28º PIB do estado

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Apesar de o Produto Interno Bruno (PIB) de Venâncio Aires ter crescido, o município perdeu sete posições no ranking gaúcho que revela as maiores economias do Rio Grande do Sul. De 21ª posição, a Capital do Chimarrão caiu para a 28ª.

Os dados, divulgados no último dia 15, são referentes ao ano de 2021, quando Venâncio gerou R$ 3,732 bilhões em riquezas. Em 2020, foram R$ 3,671 bilhões. O desempenho está diretamente ligado à queda nas exportações de 2021 do principal produto da balança comercial da região, o tabaco. O mesmo cenário refletiu na economia de Santa Cruz do Sul, que saiu da 5ª para a 11ª posição no ranking.

As informações relativas às economias dos municípios são divulgadas tradicionalmente com defasagem de dois anos, pois os números são finalizados após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consolidar os dados usados no cálculo definitivo do PIB, o que ocorre após esse intervalo de tempo. “O PIB de Venâncio Aires cresceu 1,66% de 2020 para 2021, movimento esperado, devido à retomada da economia como um todo. Entretanto, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 23,43% no mesmo período. Então, mesmo que Venâncio tenha crescido, foi insuficiente para acompanhar a retomada do crescimento da economia gaúcha”, analisa o economista Silvio Cézar Arend.

O QUE É O PIB
O economista explica que o PIB é a soma de tudo o que foi produzido ao longo de um ano, seja na indústria, na agricultura, nos serviços ou setor público. “É natural que este montante seja diferente a cada ano, seja por condições de demanda, como salários e rendas que influenciam as vendas, seja por condições de oferta, como a seca ou excesso de chuva que prejudicam a agricultura”, exemplifica. Outro ponto importante na análise regional é a representatividade do setor externo. “Neste ponto, tem a questão do câmbio, pois, às vezes, é mais barato importar do que comprar produtos feitos no país”, explica.
As variações de um ano para outro, conforme Arend, são normais. “Essas variações podem servir de sinal de alerta, devem ser acompanhadas com atenção se sistematicamente um município vai ficando mais para trás em relação aos demais municípios e regiões”, observa.
Segundo Arend, a participação no PIB do estado é um dos critérios para a definição do índice de retorno do ICMS, por isso, é importante acompanhar o desempenho. “Crescendo menos que os demais, o município perde posições no ranking, mas isso indica também, no futuro, que o índice de participação do município no retorno do ICMS ficará menor. Esta é a maior preocupação que a Administração Municipal deve ter”, salienta.

“Na soma dos demais municípios, a economia gaúcha cresceu muito mais que a de Venâncio isoladamente. Por isso, Venâncio perde posições no ranking e na participação percentual sobre a economia do RS.”
SILVIO CÉZAR AREND – Economista

MAIORES ECONOMIAS
Entre as dez maiores economias, Rio Grande avançou três posições no ranking em 2021, e agora conta com o quarto maior PIB do RS (R$ 13,28 bilhões; 2,28% do total do Estado). São Leopoldo (do 8º para o 7º lugar) e Pelotas (do 9º para o 8º) também ganharam postos no ranking estadual.

Porto Alegre, Caxias do Sul e Canoas permaneceram nas três primeiras posições na lista de 2021, seguidas de Rio Grande, Triunfo, Passo Fundo, São Leopoldo, Pelotas, Gravataí e Novo Hamburgo.

O material aponta também que os dez municípios com maior PIB representaram 37,16% do total do Estado em 2021.

A capital gaúcha foi a cidade com a maior perda de participação percentual no PIB do RS, com menos 2,1%, seguida de Santa Cruz do Sul (-0,54 %). Em relação a 2020, o município do Vale do Rio Pardo deixou a lista das dez maiores economias, passando do 5º para o 11º lugar.

Fonte: Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ranking brasileiro
Assim como em 2020, em 2021 o RS manteve três cidades entre os 100 maiores PIBs do Brasil. Porto Alegre é a cidade mais bem colocada nesta lista, em 9º lugar, uma posição abaixo da registrada no ranking anterior. Caxias do Sul, em 41º lugar, também perdeu posições na comparação com 2020, quando ficou no 37º lugar, enquanto Canoas avançou dois postos, passando do 58º lugar em 2020 para a 56ª posição em 2021.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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