2024 é o ano do bicentenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul

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Há 200 anos chegavam nove famílias que inauguraram a imigração alemã no Rio Grande do Sul. Após a chegada a São Leopoldo, os povos germânicos logo se espalharam para outras regiões do estado, como o Vale do Rio Pardo. A data simbólica do desembarque em solo gaúcho é o 25 de julho, quando também é celebrado o Dia do Colono e do Motorista, feriado em Venâncio Aires e em outras cidades do estado.

“A importância é enorme. O ano inteiro é o ano do bicentenário. E sensível a esse momento histórico de 200 anos de uma data tão importante, o governador Eduardo Leite estabeleceu uma comissão bastante complexa e cheias de entidades”, disse o presidente da Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã no RS, Rafael Gessinger. Ele, que também é subsecretário da Justiça e Integridade Institucional da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Governo do Estado, participou do programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, na quarta-feira, 10.

Esta comissão é formada 11 subcomissões, são elas: Cidadania e Direitos Humanos, Ciência e Inovação, Desenvolvimento Econômico, Escolas, Exposições, Fé e Ações Sociais, Folclore, História da Imigração alemã, Língua Alemã, Turismo e Esporte e Amigos do Bicentenário. Embora a razão seja histórica, Gessinger é enfático sobre o objetivo do trabalho dos envolvidos também ser voltado para o presente e para o futuro: “O espírito germânico é muito ligado ao conhecimento, à ciência e mais recentemente às novas tecnologias e inovação. Nós temos centros de inteligência artificial, de tecnologia. A longo prazo, o bicentenário serve para pavimentar essas investidas”, afirmou.

A Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã no RS disponibiliza o site www.bicentenarioalemao.rs.gov.br para mais informações sobre a sua organização para as comemorações deste ano. Além das atividades, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre também fará uma série de concertos em 2024 comemorativos ao Bicentenário.

Rafael Gessinger preside a comissão responsável por organizar as atividades que marcarão o bicentenário (Foto: arquivo pessoal)

INTEGRAÇÃO

Outro cuidado que o presidente da comissão destaca é o de não excluir outras etnias. Por isso, a subcomissão de Amigos do Bicentenário abrange pessoas que não têm ascendentes alemães, mas que são convidadas a se aproximar. Ele cita a presença de venezuelanos, colombianos, angolanos, entre outros. Inclusive, na própria imigração dos povos que habitavam a região próxima a que hoje é conhecida como Alemanha há muitas diferenças.

“O nome Bicentenário da Imigração Alemã é apenas um nome, porque isso envolve muitas pessoas diferentes. Envolve pessoas que vieram não só de o que hoje é conhecido como Alemanha. A Europa sofreu uma série de modificações geopolíticas, então hoje nós temos gente descendente do que hoje é a Áustria, Suíça e de outras regiões que antes eram alemãs e hoje não são mais”, relembrou.

Como uma forma de marcar essa união de povos que não são necessariamente alemães, a comissão trabalha musicalmente com o hino da União Europeia, tocado no quarto momento da nona sinfonia de Beethoven. A canção fala sobre a alegria e união de povos de nacionalidade diferentes.

CIDADES-IRMÃS

O Governo do Estado tem manifestado interesse em buscar parcerias com alguns estados alemães para estabelecer vínculos institucionais. Mas o movimento é considerado difícil pelas autoridades. Por outro lado, 12 cidades gaúchas já têm relação de irmandade com municípios da Alemanha, como é o caso de Arroio do Meio e Boppard, em que anualmente comitivas se visitam. Também são exemplos de cidades-irmãs Feliz e Nofelden, Ijuí e Nienburg, Nova Petrópolis e Emmelshausen e Bom Princípio e Klusserat.

“Essa aproximação institucional de cidade com cidade pode ser uma oportunidade muito rica, não apenas para a questão folclórica, mas também para elementos econômicos e de parcerias”, avaliou Gessinger. Ele também citou uma experiência envolvendo São Vendelino e Sankt Wendell, em que dois cidadãos gaúchos que foram ao país europeu desenvolveram habilidades, um como cervejeiro e outro como padeiro. O segundo, inclusive, abriu uma padaria em São Vendelino com as receitas que aprendeu em Sankt Wendell.

LOGOTIPO

Para marcar o bicentenário, a comissão oficial criou um logotipo, que faz alusão aos diferentes grupos étnicos que representam os descentes germânicos no Rio Grande do Sul.

Comissão municipal

Em Venâncio Aires também foi criada uma comissão local com o intuito de promover uma programação especial.

Clique aqui para conferir a entrevista na íntegra.



Juan Grings

Juan Grings

Repórter de geral na Folha do Mate e produtor na Rádio Terra FM.

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