Durante o verão, são comuns casos de otite, processo inflamatório na orelha, conhecido popularmente como dor de ouvido. O otorrinolaringologista Martin Coutinho explica que a otite pode ser aguda ou crônica, e pode estar localizada na orelha externa (otite externa aguda) ou na orelha média (otite média aguda).
“Nesta época do ano, os quadros mais comuns são de otite externa aguda, devido a maior exposição de adultos e crianças aos banhos de piscina, mar e açudes, criando um ambiente úmido e quente dentro da orelha, propício para o crescimento das bactérias”, esclarece o médico.
O acúmulo ou a retenção de água na orelha após um banho de piscina ou de mar é um dos motivos causadores de otite. Ela também pode ser causada pela manipulação excessiva da orelha com cotonete, unha ou grampos de cabelo, e pela obstrução do canal externo da orelha por excesso de cerúmen ou uso crônica de aparelhos auditivos.
Entre os principais sintomas estão dor de ouvido, dor ao mobilizar o pavilhão auricular ou ao apertar a orelha, coceira, saída de secreção purulenta, inchaço e vermelhidão na entrada da orelha. O primeiro passo diante dos sintomas é procurar um otorrinolaringologista para que seja feito um exame correto e minucioso da orelha e para descartar possíveis complicações.
“Até lá, é fundamental evitar a manipulação das orelhas com cotonetes, grampos ou com os próprios dedos. Também é necessário cuidar para não molhar a orelha afetada durante o banho”, orienta o médico.
Segundo Coutinho, casos recorrentes de otite externa aguda podem levar à forma crônica da doença. com estenose, ‘fechamento’ do canal externo da orelha, o que causa perda auditiva. Além disso, a infecção pode se disseminar para a pele que recobre os tecidos ao redor da orelha causando um quadro de celulite periauricular.
Crianças
Segundo o otorrinolaringologista Martin Coutinho, a otite externa aguda pode ocorrer em qualquer idade, porém é mais comum em crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos, sendo raro o acometimento de crianças menores de 2 anos.