Na tarde de quinta-feira, 1º, foi realizada a primeira reunião do ano do Comitê Municipal de Mobilização, Fiscalização, Combate e Controle do Mosquito Aedes Aegypti, na Sala de Reuniões da Prefeitura. Em 2024, de acordo com o último boletim epidemiológico, são 11 casos notificados e destes, três casos confirmados, sendo um autóctone, que precisou de internação, e dois importados.
Até o momento, os casos notificados neste ano se concentram no bairro Aviação e também no interior. Mas o provável, segundo a técnica em enfermagem que atua na Vigilância Epidemiológica de Venâncio Aires, Vânia da Rosa, é que os casos do interior tenham se originado em locais onde já existe a circulação do vírus.
Vânia ressalta que o momento já exige atenção e alerta devido ao cenário epidemiológico do Rio Grande do Sul. “Acreditamos, enquanto equipe, que será bem intensa a questão da dengue neste começo de ano, pois o clima está favorecendo muito para isto, e já temos casos confirmados”, afirma. Em todo o ano de 2023, foram 295 casos notificados, 141 casos autóctones e dois importados, totalizando 143 confirmados. Os bairros Cidade Alta, Centro, Gressler e União foram os que mais concentraram suspeitas e confirmações da doença.
Cuidados
Conforme o coordenador da Vigilância Sanitária e presidente do comitê, Gabriel Alves, é importante a população participar da prevenção. “São necessários cuidados como evitar água parada, acúmulo de lixo, realizar a coleta da água de chuva em recipientes fechados, tratamento adequado de piscinas e manter caixas d’água fechadas com telas, tendo em vista a obrigatoriedade em lei, entre outros fatores de cuidado e combate ao mosquito e outros insetos. Além disso, é importante a população receber os agentes de saúde e de endemias, que repassam orientações para prevenção”, destaca.
Alves enfatiza a importância de uma revisão semanal nos pátios e locais que possam acumular água. “São cuidados necessários que só se consegue controlar quando todos cooperam”, afirma. Outra dica é evitar a criação da planta bromélia, que costuma acumular larvas do mosquito. É preciso que seja aplicada uma solução de água com água sanitária pelo menos uma vez por semana, no caso de quem mantém exemplares da bromélia.
- Com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura
Recolhimento de materiais
- A ação de recolhimento de itens que acumulam água, feita pela equipe da limpeza urbana, no momento está paralisada, pois os servidores estão auxiliando nas limpezas e ações após o temporal que atingiu bairros e o interior do município. Segundo o coordenador da Vigilância Sanitária, Gabriel Alves, esse trabalho deve retornar na semana do Carnaval. O cronograma e os bairros contemplados serão divulgados mais perto do retorno.
Pico da infestação pode começar ainda neste mês
O coordenador da Vigilância Sanitária e presidente do comitê, Gabriel Alves, participou do programa jornalístico Folha 105 – 1ª edição nesta sexta-feira, 2, e confirmou a preocupação com a possibilidade de surtos de dengue neste mês de fevereiro, se estendendo até maio. Nos últimos anos, os picos de infestação do mosquito aconteceram entre março e maio, mas este ano, devido à maior frequência de chuvas, é possível que isso seja antecipado.
Ele afirma a que a taxa de infestação atual de Venâncio Aires está em 7,6%, conforme os últimos resultados de janeiro, e o ideal seria este índice estar menor do que 1%. Há ainda a possibilidade de mais de um sorotipo do vírus da dengue estar circulando na Capital do Chimarrão, já que uma mesma pessoa contraiu o vírus mais de uma vez e, nestes casos, a gravidade pode ser maior e até levar à morte. “Não é um problema só do verão, mas do ano todo”, enfatiza.
- No Brasil, em comparação com janeiro de 2023, este ano teve mais do triplo do número de casos. No estado, aumentou em mais de 800% o número de infectados.
- (51) 2183-0757 – É o contato da Vigilância Sanitária para denúncias, dúvidas e mais informações. Para denúncias de terrenos baldios, o indicado é entrar em contato com o WhatsApp da Secretaria de Meio Ambiente, pelo (51) 99791-1840.
“Dependemos do trabalho de cada um. Fazemos um trabalho orientativo e aplicações de produtos, mas isso não resolve. O que resolve são os cuidados de cada um na sua casa.”
GABRIEL ALVES
Coordenador da Vigilância Sanitária
Explosão de casos no país e vacinação
A distribuição das vacinas contra a dengue iniciam na próxima semana para os 521 municípios brasileiros que receberão as doses. No entanto, nenhum deles é do Rio Grande do Sul. O imunizante Qdenga, produzido pelo laboratório Takeda, será ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para definir sua distribuição em território nacional, o Ministério da Saúde dividiu o país em várias regiões e elencou 37 que teriam situações mais calamitosas. Além disso, só receberão as doses cidades com mais de 100 mil habitantes. Até novembro de 2024, devem ser adquiridas mais de 5 milhões de doses.
Neste primeiro momento, a vacinação contra a dengue vai priorizar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Pessoas com mais de 60 anos não têm indicação para receber a dose em razão da ausência de estudos clínicos.
A ministra de Saúde, Nísia Trindade, afirma que, este ano, a explosão de casos foi agravada pelas mudanças climáticas e as altas temperaturas. “É o momento de estarmos juntos, o Brasil unido contra a dengue”, disse.
Nas primeiras semanas de 2024, o Brasil registrou um acumulado de 243.721 casos prováveis de dengue. Há ainda 24 mortes confirmadas e 163 em investigação. Com base nos números, a incidência da dengue no país é de 120 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Vacina brasileira
Está em andamento também a testagem para produção de uma vacina brasileira contra a dengue, fabricada pelo Instituto Butantan. Até o momento, os resultados da fase 3 dos testes mostram 79,6% de eficácia geral.
Desde 2009, pesquisadores do Instituto Butantan estudam a produção de nova vacina. O imunizante se encontra atualmente em fase final de ensaios clínicos – em junho, o último paciente voluntário a receber a dose experimental completa cinco anos de acompanhamento. A previsão do instituto é que, entre junho e julho, o pedido de registro seja submetido à análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Classificada pelo próprio Butantan como problema de saúde pública no Brasil, a dengue contabiliza um total de quatro sorotipos. O tipo 3, que não circulava de forma epidêmica no país há mais de 15 anos, voltou a registrar casos. Quem pega dengue uma vez, portanto, pode ser reinfectado por outro sorotipo. Quando isso acontece, o quadro pode evoluir para o que é popularmente chamado de dengue grave, com risco aumentado de morte do paciente.
A vacina em desenvolvimento pelo Butantan, assim como a Qdenga, do laboratório japonês Takeda, é tetravalente e contém os quatro tipos do vírus atenuados. O imunizante brasileiro, entretanto, conta com um diferencial: será administrado em dose única, contra as duas doses necessárias da Qdenga.
(Fonte: Agência Brasil)