A Polícia Federal concluiu, nesta semana, a Operação Detour, investigação que apurou o desvio de cargas dos Correios, transportadas entre Joinville (SC) e Porto Alegre.
O relatório do inquérito policial apresenta o indiciamento de 18 pessoas pelos crimes de furto qualificado, receptação qualificada, organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e uso clandestino de rádio transceptor, conforme o envolvimento de cada um dos investigados.
De acordo com assessoria de comunicação da PF, o grupo criminoso interceptava os caminhões dos Correios, retirava as encomendas de alto valor e utilizava lacres falsos para evitar suspeita de violação do compartimento de cargas. As investigações apontaram que os motoristas dos veículos, que prestavam serviço terceirizado aos Correios, faziam parte do grupo. Posteriormente, os produtos furtados eram armazenados em um depósito da organização criminosa e comercializados por meio uma plataforma de vendas on-line.
A prática criminosa ocorria em nove etapas estruturadas, desde o recrutamento de motoristas, falsificação de lacres, subtração de encomendas, classificação de materiais subtraídos, precificação para venda, venda em plataformas digitais e outros meios, ocultação de valores, destruição de provas. Um depósito especialmente destinado a estocar grande quantidade de eletrônicos furtados dos Correios foi identificado.
Até o momento, a PF identificou e restituiu R$ 113,4 mil em encomendas subtraídas e estima que o prejuízo aos Correios pode superar R$ 1 milhão.
Durante as investigações, iniciadas em 2022, nove pessoas foram presas e 14 veículos e contas bancárias bloqueadas judicialmente.
