Quase quatro anos depois do primeiro caso de Covid-19 em Venâncio Aires, a Capital do Chimarrão segue registrando pessoas com a doença. Embora o pior momento tenha passado, o vírus continua circulando no município, inclusive com um aumento significativo recentemente. Apenas no mês de março, foram 106 testes positivos, conforme o Centro de Atendimento de Doenças Infecciosas (Cadi). Destes, cinco internaram. Em 11 dias de março, o número já é muito próximo do que foi registrado em todo o mês de fevereiro: 127 casos, com oito internações. A última morte foi em novembro de 2023.
“É uma coisa que já era esperada. A gente sabe que o coronavírus é um vírus que tem essa característica de sofrer mutações e, toda vez que ele sofre essa modificação, essa mutação, ele volta a circular de novo em um número maior”, explica a médica infectologista Sandra Knudsen. Ao mesmo tempo, a especialista pontua que os sintomas estão mais leves: “Essa nova variante [Ômicron] dá mais dor de garganta. Esse é o sintoma principal. Congestão nasal, coriza nasal e também diarreia. A gente não tem visto quadros de pneumonia, quadros graves pulmonares que nem a gente via logo que a Covid-19 surgiu”.
Por conta do alívio nos casos mais graves, o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde também diminuíram a oferta de testes gratuitos. Atualmente, só têm direito à testagem pela rede pública pessoas nos grupos de risco: a partir dos 60 anos, pacientes com comorbidades, imunocomprometidos, gestantes e indígenas, conforme a coordenadora da vigilância epidemiológica de Venâncio Aires, Carla Lili Müller. Assim, quem estiver fora destes grupos precisa buscar os testes na rede privada. De acordo com apuração da reportagem, os valores variam de R$ 40 a R$ 79,90.
ISOLAMENTO E MÁSCARA
A recomendação do Cadi para quem tem Covid-19 é de isolamento de sete dias. No entanto, Carla ressalta que a orientação médica particular pode ser distinta e que deve ser respeitada. Porém, em relação a quem tem sintomas, mesmo que antes de realizar a testagem, é importante já fazer uso de máscara e evitar contato direto com colegas, amigos e familiares. “Se a pessoa está com sintoma gripal, ela está espirrando, ela está tossindo, ela está expelindo muita carga viral no ambiente, as pessoas que passarem por ela vão entrar em contato com essa quantidade de vírus. Coloque uma máscara para chegar até o serviço, porque ela vai proteger que o portador, no caso da Covid, não espalhe no ambiente por onde ele passar”, reforça.
Para a médica Sandra, é muito provável que o paciente que apresentar estes sintomas esteja com o coronavírus: “Todo mundo que tiver sintoma respiratório, dor de garganta, coriza, obstrução nasal, tosse, entre outros, tem que pensar em Covid. A gripe, a Influenza, não está circulando ainda no momento, então tem que pensar em coronavírus mesmo e fazer o teste”.
VACINAÇÃO
Outro aspecto fundamental no combate à Covid-19 é a vacinação, que também passou por mudanças recentes. “Desde 1º de janeiro, para crianças de seis meses a menores de 5 anos, a vacina é obrigatória, ela não é mais considerada campanha, ela entrou no calendário vacinal”, ressalta a técnica de enfermagem do setor de imunizações, Cristiane Ferreira. Já o esquema vacinal de adultos que não fazem parte do grupo de risco já é considerado completo com duas doses.
Por outro lado, quem está no grupo deve seguir tomando a dose bivalente disponível nos postos de saúde, que protege das variáveis apresentadas pela doença. “A bivalente chegou ano passado. No começo, a procura foi grande, mas esse ano está difícil. A procura está fraca, está pouco mesmo com os novos casos”, lamenta.
Vacinas na Unidade Básica de Saúde Central
• Crianças a partir de seis meses: quartas e sextas-feiras, das 7h30min às 11h e das 13h às 19h (horário estendido).
• Demais pessoas: todos os dias da semana, das 7h30min às 11h e das 13h às 16h30min.
Quem pode testar de graça?
• Pessoas a partir dos 60 anos
• Pacientes com comorbidades
• Imunocomprometidos
• Gestantes
• Indígenas