Cultura maker como recurso no aprendizado

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O aprendizado dos estudantes das escolas municipais e privadas de Venâncio Aires recebeu reforços importantes. O incetivo para a inovação, criatividade e tecnologia tem aparecido na rotina dos professores e estudantes com a chamada cultura maker, que aos poucos vai sendo implementada na grade curricular, seja de forma obrigatória ou opcional.

No Colégio Oliveira, que tem gestão compartilhada entre Aprender Gestão Educacional e Cooperativa dos Profissionais de Educação de Venâncio Aires (Coopeva), a cultura maker foi inserida na reformulação do educandário, no fim de 2023. Segundo o sócio-gestor da Aprender Gestão Educacional, Fernando Barcellos da Rosa, essa nova forma de aprender está inserida no conceito da educação moderna 4.0, quando os alunos desenvolvem a escolaridade próximos da tecnologia e da inovação, com a contextualização dos conteúdos na prática e o desenvolvimento da criatividade.

No laboratório maker da escola, são utilizados materiais recicláveis e aqueles do dia a dia, como papéis, cola e ferramentas disponíveis de forma individualizada para o aluno. Além de equipamentos modernos, como itens de robótica, impressora 3D e a laser. O programa que rege o aprendizado no laboratório maker do Oliveira é o Nave à Vela. “Neste local, os alunos ficam interessados e atraídos, além de incentivar o trabalho em equipe. Os alunos gostam bastante e sempre pedem para ficar mais tempo”, ressalta. As aulas são realizadas em uma hora por semana para todas as turmas.

O professor Júlio Nascimento afirma que o laboratório faz parte da grade curricular. Ele explica a cultura maker, como a cultura da mão na massa, do planejamento e do ‘faça você mesmo’. “É o pensar e executar, transformar as coisas”, diz. Ele vê que os alunos têm uma grande aceitação com a área e se mostram encantados a cada aula. “É um início, neste ano estamos fazendo com que entendam o método para depois evoluir”, comenta. A intenção é ainda neste ano oferecer uma oficina no contraturno para ampliar e explorar ainda mais o laboratório, além de um clube maker para participar de feiras e competições.

Com a palavra: os alunos

Da turma de 9º ano do Colégio Oliveira, os estudantes compartilharam suas opiniões sobre o laboratório maker e essa metodologia de ensino. Júlia Rathke Oldenburg, 14 anos, diz que gosta do momento, pois não precisa ficar somente escrevendo e consegue aprender de outras formas. Louise Schirmann Pereira, 14, gosta do local para usar e descobrir sua criatividade. Vitor Augusto Goettems Colombro, 14, considera a sala o local certo para colocar a mão na massa e aprende a usar ferramentas e equipamentos. Bianka Soares, 15, comenta que é o momento em que se solta para usar a criatividade e todos os recursos disponíveis.

A turma tem as aulas com o professor Júlio Nascimento, já realizou experiências na impressora a laser para confecção de caixinhas de MDF e está na expectativa para usar a 3D. Também na sala estão expostos trabalhos manuais da turma, feitos com palitos e cola quente.

Robótica é destaque na rede municipal

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alfredo Scherer, as quintas-feiras à tarde são ‘regadas’ a conhecimento e curiosidade na sala do Espaço Tecnologia. São 15 alunos dos anos finais que no turno oposto ao das aulas participam do clube de robótica Eletro Magnólia. Semanalmente, se reúnem para evoluir seus projetos e conhecer novos equipamentos da robótica. A escola é pioneira na inserção da robótica na rotina escolar e participou das duas edições da Olimpíada de Robótica de Venâncio Aires (Orva), em Venâncio Aires, sendo premiada nas duas vezes entre os primeiros colocados.

O clube iniciou em abril de 2022, depois de o educandário e toda rede municipal receber recursos e materiais relacionados à robótica e ao uso da criatividade, um dos propósitos da cultura maker. A turma realiza a programação de robôs e treinamentos para a próxima olimpíada, que tem etapas de projetos de pesquisa e disputas de pista e arena.

Um dos focos principais do grupo, segundo a professora Cláudia Lourenço da Luz, é a preparação e integração com demais grupos da escola e a resolução de problemas do educandário e toda comunidade. Um dos exemplos é o projeto de irrigação automática, em que já foi feito o protótipo e, agora, os estudantes pretendem executar em parceria com o Grêmio Estudantil Mãe Terra, para utilizar na horta da escola. “Eles são ensinados a terem autonomia e independência, e participam bastante”, comenta.

Cláudia explica que os professores dos grupos de robótica recebem aporte da Escola Maker, que oferece curso uma vez ao mês. Em um grupo de WhatsApp, repassa recursos para trabalhar com os estudantes, além do clube ter acesso ao site da Escola Maker. Os alunos usam materiais recicláveis e sucatas para desenvolver os projetos e, quando necessário, são adquiridos materiais. Desde o fim do ano, o grupo conta também com um novo recurso, uma impressora 3D adquirida com recursos do Governo Federal através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da escola, para fabricação de peças úteis nos projetos.

Clube de robótica Eletro Magnólia trabalha há quase dois anos na Emef Alfredo Scherer. (Foto: Luana Schweikart)


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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