Faltando pouco menos de seis meses para as eleições municipais de 2024, o cenário para a corrida majoritária permanece inalterado, considerando informações que já foram publicadas pela redação integrada da Folha do Mate e Rádio Terra FM. Neste momento, duas chapas pré-lançadas parecem consolidadas, mas uma delas pode sofrer alterações. Há ainda um pré-candidato à procura do nome para vice e uma quarta pré-candidatura que, só agora, vai iniciar as tratativas mais intensas junto a outros partidos.
A única dobradinha que, desde o início, se mantém sem comentários de possíveis mudanças é a de Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB). Eles buscam a reeleição, feito que só foi alcançado, até hoje, por Airton Artus (PDT) – vencedor nas urnas em 2008 e 2012 -, que atualmente ocupa uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. A dupla aproveita o período de pré-campanha para marcar presença em festas comunitárias e outros eventos e terá oportunidade de potencializar a parceria durante a 17ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), pois certamente vão estar em evidência.
Outra parceria que parece sólida é a dos pré-candidatos Alexandre Wickert (PL) e Maciel Marasca (PP), que se lançaram a prefeito e vice, respectivamente. Os dois partidos caminham juntos desde o começo das mobilizações políticas e deixam claro que só estão dispostos a conversar com legendas alinhadas à direita. Fontes ligadas às duas siglas garantem que, no momento, a dupla está mantida, mas admitem que há a possibilidade tanto de inversão da chapa, quanto de surgimento de um novo nome na composição.
Buscando vices
Enquanto duas chapas foram pré-lançadas com nomes inicialmente definidos para a eleição, outros dois concorrentes se colocaram à disposição dos seus partidos e comunidade, mas ainda buscam os pré-candidatos a vice. O ex-prefeito Giovane Wickert (PSB) está cada vez mais perto de confirmar um tucano para a sua composição. Na ordem, os mais cotados do PSDB são o vereador de primeiro mandato André Kaufmann e o atual presidente da legenda, Vilmar Bender, que já ocupou cadeira no Poder Legislativo.
Quem ainda aparece isolado na caminhada pelo Executivo é José Cândido Faleiro Neto (PT). Desde que iniciaram as especulações sobre nomes do partido para concorrer à majoritária, Cândido, que já foi vereador, se colocou à disposição e mantém a pré-candidatura. De lá para cá, chegou a admitir a aliança com o PSB, de Giovane Wickert, mas não foi correspondido da maneira como esperava e se retraiu. Ele continua à procura de uma parceria para disputar o pleito e diz que vai intensificar, nos próximos dias, os contatos com outros agentes políticos. Se o cenário for mantido, Venâncio Aires terá quatro opções.
Fique por dentro
- Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB): Atuais prefeito e vice, vão em busca da reeleição. Além do PDT e MDB, contam com apoio, neste momento, do PSD, liderado pelo vereador Nelsoir Battisti; do Republicanos, que tem como referências os vereadores Benildo Soares e Claidir Kerkhoff Trindade e recentemente filiou o suplente André Puthin; e do Cidadania, comandado por Adair Ribeiro.
- Alexandre Wickert (PL) e Maciel Marasca (PP): Pré-lançados a prefeito e vice antes mesmo da confirmação de que Jarbas e Izaura tentariam a reeleição, os dois mantêm suas posições, mas não é descartada uma alteração na composição. Como só aceita partidos alinhados à direita, a expectativa é atrair o Republicanos, que integra a base governista. O União Brasil, que trocou de presidente, não é mais uma possibilidade. O Podemos é uma alternativa.
- Giovane Wickert (PSB): Ainda não tem um pré-candidato a vice, mas não parece muito preocupado, até porque conta com a retaguarda do PSDB. Se o recém-filiado vereador André Kaufmann não aceitar o desafio, o presidente tucano, Vilmar Bender, é o mais cotado para a empreitada. O União Brasil, agora comandado por Airton Mota, saiu da base governista a anunciou apoio à pré-candidatura. Pretende contar com o Podemos, do ex-vice-prefeito Celso Krämer.
- José Cândido Faleiro Neto (PT): Sempre se manteve firme em relação à pré-candidatura. Tenta contatos com outras siglas, mas vê seu trabalho dificultado por conta da polarização da eleição nacional de 2022, que colocou em lados opostos o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Admitiu coligar com o PSB, mas a relação não esquentou. Pode apresentar uma chapa pura para a eleição.
Nomes especulados
Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos): Provavelmente, a atual presidente da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires tenha sido a que mais contatos tenha recebido antes da janela de transferência partidária, quando decidiu trocar o União Brasil pelo Republicanos. Só que a ‘tentação’ ainda ronda a parlamentar, que é especulada tanto na composição de direita, com PL e PP, pela identificação com a ideologia, quanto em eventual formação com Giovane Wickert (PSB), chance que é mais remota. Claidir não esconde a intenção de concorrer à majoritária, mas tem mantido o discurso de que seguirá na base governista. Se mudar de opinião, terá que convencer o Republicanos.
André Puthin (Republicanos): Emedebista histórico, deixou a sigla na janela de transferência e foi para o Republicanos. Esta não era a intenção, mas Puthin não aguentou mais – segundo revelou a pessoas próximas – o que classificou como desprestígio interno. Era vice-presidente da legenda e não estava sendo convocado para importantes decisões, que estariam sendo tomadas em conjunto pelo presidente Paulo Mathias Ferreira e pela vice-prefeita Izaura Landim. Deve concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores, mas está sendo sondado por Giovane Wickert, para compor chapa majoritária como vice. Também sonha com voos mais altos, no entanto, além de convencer o Republicanos a acompanhá-lo, teria de abrir mão do seu consultório odontológico. Também teria espaço em aliança com PL e PP.
Ramon Schwengber (PSB): Secretário de Saúde na Administração de Giovane Wickert, teve o nome trazido à pauta nos últimos dias. Em caso de o PSB ter que apresentar uma chapa pura – chance que existe, mesmo que remotamente -, seria uma alternativa. A pessoas próximas, Schwengber teria externado que gostaria de contribuir com o partido, mas não como candidato à Câmara. E, internamente, os socialistas avaliam que o fisioterapeuta poderia surgir como um fato novo.
Podemos e Cidadania
• Dois partidos podem se movimentar de diferentes formas nos próximos meses, fazendo com que a conjuntura eleitoral sofra alguma alteração, ou não.
• O Cidadania, que está na base governista, fechou federação com o PSDB e, dessa forma, a legenda, institucionalmente, vai a reboque para apoiar Giovane Wickert (PSB).
• O que pode acontecer é a maior parte dos filiados ao Cidadania optar por permanecer no suporte a Jarbas da Rosa (PDT) e Izaura Landim (MDB), até porque há vários integrantes da sigla ocupando cargos em comissão (CCs).
• Por fim, o Podemos é a legenda que ficou de trazer novidades para o cenário. O presidente Celso Krämer chegou a falar em planos A, B e C, mas até agora não apresentou nomes.
• O mais provável é que a sigla anuncie apoio a alguma das pré-candidaturas confirmadas, mas não está descartada a hipótese de ter protagonismo no pleito. Isso aconteceria se escolhesse o PSB. Na direita, só compõe grupo.