Após as enchentes que afetaram diversos municípios gaúchos, inclusive Venâncio Aires, a contaminação da água consumida pela população é um dos aspectos que preocupa. A utilização de poços ilegais, sem licenciamento e que não seguem as normativas sanitárias, coloca em risco a saúde de quem utiliza a água. Os antigos poços cacimba, assim como poços semiartesianos, têm profundidade bem menor do que os artesianos, que captam a água diretamente do lençol freático, a partir de 25 metros.
“Só depois de 25 metros que se considera água subterrânea. Além de respeitar essa profundidade mínima, na abertura de um poço artesiano, fizemos até 12 metros concretados para que não haja nenhuma infiltração de água da chuva”, explica o presidente da Associação dos Perfuradores de Poços Artesianos do Rio Grande do Sul (Apergs), Juarez Alberto de Oliveira, o Beto.
Proprietário da RB Poços, de Venâncio Aires, ele atua há 31 anos na área e reforça a preocupação com a abertura de poços que não seguem as normas previstas. “Muitas pessoas optam por um serviço que é mais barato, mas que é prejudicial. Ocorre sem licença ambiental, é uma água que não passa por análise enviada para laboratório. Dessa forma, pode transmitir diversas doenças, como disenteria, vômito e amarelão”, cita.
Liberação para abertura de poços
Devido ao estado de calamidade de diversos municípios gaúchos que sofrem com as enchentes, uma portaria do Departamento de Recursos Hídricos (DRH) autorizou a abertura de poços artesianos de forma imediata, sem a necessidade de licença, para o abastecimento da população na cidade ou no interior.
“Em Santa Maria, por exemplo, um condomínio com 118 casas ficou 12 dias sem água. Com essa normativa, pudemos abrir o poço para abastecer essas pessoas. Neste momento de calamidade, o Poder Público viu a importância dos poços legais como alternativas para a população”, explica Beto.