
O feriadão, além de ser marcado pela Sexta-Feira Santa, a Páscoa e o Dia de Tiradentes, também engloba outra data comemorativa. Neste sábado, 19, é lembrado o dia do índio. Eles foram os primeiros habitantes da nossa terra. O Brasil tem 896,9 mil indígenas em todo o território nacional, somando a população residente tanto emterras indígenas (63,8%) quanto em cidades (36,2%), de acordo com o Censo 2010.
VENâNCIO, OS INDIOS E A ERVA-MATENa época do descobrimento do Brasil, o território onde hoje é o município de Venâncio era habitado por índios, que costumavam se localizar nos vales dos rios e arroios. Foram os indígenas que trouxeram para o município, a tradição e o cultivo da erva-mate.
A riqueza da “capital do ouro verde” foi deixada pelo nativo, através dos ervais, o hábito de tomar Chimarrão, foi herdado pelo povo gaúcho do índio missioneiro. Aqui o hábito se difundiu, já que o europeu desconhecia a erva-mate, a tradição indígena comprovou que a bebida era mesmo preciosa. Ao chimarrão, o europeu acrescentou o açúcar dando origem ao mate doce, o leite, para o famoso “mate de leite”. Esta herança indígena perpassou os tempos e se tornou marca desse povo que cultua a hospitalidade e amizade, e que deu-nos o título de Capital Nacional do Chimarrão. (MOURA, 2013, p. 30).
Referência: MOURA, Maria Zulmira Portella, Venâncio Aires : buscando suas raízes, 2013.
LENDA DA ERVA-MATE
A erva-mate tem sua origem explicada pelos indígenas através de lendas, que lhe dão um caráter sobrenatural. Há versões diferentes para a lenda da erva-mate, mas uma, em especial, sofreu uma adaptação em Venâncio Aires, onde foram introduzidos elementos locais, como o poço eterno.O poço era uma fonte existente que abastecia os habitantes da localidade de Faxinal dos Fagundes, hoje região central de Venâncio Aires. Como nunca secava, passou a ser chamado de poço sem fundo.Conta uma das lendas que Caa Yari era uma linda filha de um cacique, amada por um jovem a cujo amor não correspondia. Assediada, fugiu e, em sua fuga, atravessou glebas ao norte do município, semeando erva-mate no caminho, pois era de bom coração e queria fazer o bem a todas as tribos indígenas. Prestes a ser capturada por seu apaixonado perseguidor, pediu proteção a Tupã. Este a acudiu, abrindo o poço e fazendo Caa Yari nele desaparecer.Bondosa, a moça continuou a fazer o bem, distribuindo água de sabor agradável aos habitantes do Faxinal, homens e animais. Mas, como no fundo do poço não podia mais semear erva-mate, explica-se por que as terras vizinhas dos municípios de General Câmara e Rio Pardo não possuem ervais nativos.