Por Juliana Bencke e Luana Schweikart
Há uma década, Luciana Inês Fischer, 50 anos, atua como costureira autônoma. Com registro de Microempreendedor Individual (MEI), ela trabalha em casa, com costuras de peças de cama, mesa e banho, além de reformas, como bainhas e trocas de zíper. No entanto, a história dela com a costura já tem mais de três décadas. Aos 18 anos, ela aprendeu o ofício com a ex-sogra, a costureira Sirlei Bijagram.
Luciana, que sempre gostou de trabalhos manuais, apaixonou-se pela costura e encontrou nela a realização profissional, embora tenha atuado em outros segmentos, ao longo da vida. “Costuro sempre como se fosse pra mim, por isso busco fazer o melhor, fazer com que não pareça que foi feito um conserto, mas que seja como um detalhe da roupa”, comenta.
É por isso que, muitas vezes, o trabalho em determinadas peças tem um período de ‘estudo’, para encontrar a melhor solução. “Cada peça é pensada, por isso, às vezes digo aos clientes que o serviço demora pois está em análise”, relata, bem-humorada.
Para a empreendedora, trabalhar em casa é positivo pela possibilidade de organizar os próprios horários e estar com o filho caçula, Kauã, de 13 anos, que mora com ela e o companheiro Paulo Antônio Renz – o filho mais velho reside em Santa Catarina. Além disso, durante o expediente, a companhia vem da televisão ou do rádio, além dos gatos Frajola, Denga e Mia, e da cachorrinha Faísca.
Entre os fatos marcantes da história como costureira, Lu cita a pandemia de Covid-19, quando a confecção de máscaras foi a saída para enfrentar a crise. “Foi o que me salvou, pois o restante estava totalmente parado. Comecei a fazer as máscaras com retalhos de tecido dos lençóis que costurava. Depois terminei com o estoque de tecido de roupa de cama do Culi Stertz para as máscaras. Virava noites costurando. Perdi as contas de quantas fiz, mas cheguei a vender 500 máscaras por dia”, relembra.
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Maria Odir Maurer
Há mais de 55 anos na profissão de costureira, Maria Odir Maurer, 75 anos, tem a certeza que é apaixonada pelo que faz e pretende costurar por muitos anos ainda. “Sou apaixonada pela costura, nunca digo ‘não’. Às vezes falo ‘não está pronto ainda’, mas do contrário, topo tupo”, afirma, aos risos, referindo-se aos serviços que presta para os clientes, seja para reformas ou a confecção de roupas.
Em dezembro do ano passado, completou 55 anos de formação pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). A costureira cita a professora Loni Santos e lembra que, no ano de conclusão do curso, obteve o primeiro lugar. Logo após se formar, já começou a atuar na área e em 1977 teve seu primeiro espaço próprio. “Há muito tempo tenho meu cantinho de trabalho”, ressalta a aposentada, que desde 1985 reside e atende na rua Berlim da Cruz, no bairro Cruzeiro. “É muito bem localizada, perto de tudo na área central”, salienta, ao mencionar também que alguns clientes já têm mais de 30 anos.
A maior parte do serviço são retoques e reformas em peças prontas, mas ela já confeccionou diversas roupas, até vestidos de gala, para rainhas de festas, noivas e debutantes.
Ela dedica sua vida à profissão e, com orgulho, conta que já costura desde pequena. “Quando ganhava bonecas, eu fazia roupas para elas”, afirma. Inclusive, Maria revela que a costura é ‘coisa de família’, já que sua avó materna e madrinha também eram costureiras de ‘mão cheia’. Para ela, uma boa costureira precisa ter paciência, concentração e coragem.
Vestebem Uniformes
Com mais de três décadas, a Vestebem se consolidou como referência em confecção na região. Desde 2019, atua exclusivamente com produção de uniformes, atendendo diversas áreas, como industrial, comercial, administrativa, escolar e linha branca. “Iniciamos com a produção de peças variadas, mas ao longo dos anos, percebemos a crescente demanda por uniformes, o que nos levou a focar no segmento”, afirma a proprietária Maristela Heck.
Ela destaca que o comprometimento com os prazos de entrega como diferencial. “Sabemos o quanto é crucial receber os uniformes no prazo combinado. Além disso, investimos em modelagem testada, corte e costura de alta precisão, e utilizamos tecidos de qualidade de fornecedores renomados, como Santista, Pettenati, Doptex e Malharia Brasil. Tudo isso garante um produto final que atende às expectativas dos clientes.”
Com 12 profissionais dedicados e experientes, a Vestebem atende diversos municípios gaúchos, especialmente nos vales do Rio Pardo e Taquari, região metropolitana de Porto Alegre, e diversas prefeituras da região, como Mato Leitão, Sério, Vale Verde e Santa Clara do Sul. Também fornece para empreendimentos no Paraná e Santa Catarina.
Além de trabalhar com diferentes modelos e tecidos para atender as mais variadas áreas, a empresa faz a personalização dos uniformes, em arte digital e bordados, além de variedade de cores, para destacar cada setor. “Isso não só facilita a identificação dentro da empresa, mas também reforça a organização e a imagem profissional.”
Segundo Maristela, a empresa está sempre em busca de novas tecnologias e métodos para melhorar ainda mais os produtos. “O objetivo é expandir nossa atuação, mantendo o compromisso com a qualidade e o atendimento personalizado que nos trouxe até aqui.”
Atelier da Costura
O aluguel de vestidos para festa é o principal foco do trabalho do Atelier da Costura, que também oferece serviços de reformas de roupas e conta com uma marca própria de moda praia – a Acost. A trajetória da empresária Aline Schmitt, 38 anos, une paixão, bom gosto e habilidade com a costura. Inspirada pela mãe, que é artesã, ela confeccionou a primeira peça de roupa, em 2012. “Fiz uma saia para mim e minhas amigas também gostaram e começaram a pedir”, relembra.
Inicialmente, o trabalho era de confecção de peças sob medida. Desde 2017, o Atelier da Costura passou a oferecer aluguel de vestidos para festas, para noivas, madrinhas e demais convidadas de casamentos, 15 anos e formandas.
Entre os diferenciais da empresa está o primeiro aluguel – modalidade na qual o vestido é confeccionado conforme o desejo da cliente. “Cor, modelo, detalhes, tudo é escolhido pela cliente. É um vestido feito para ela, e que depois fica à disposição para outros alugueis, contribuindo também com a sustentabilidade, dentro do conceito da moda circular”, destaca Aline.
A proprietária do Atelier da Costura observa a qualidade dos tecidos, das rendas e das pedrarias utilizadas, a fim de garantir a melhor apresentação possível. “Fico muito feliz ao ver a peça pronta e saber que a pessoa está realizada e se sentindo bem. Sempre buscamos respeitar a preferência de cada um e trabalhar para que o vestido seja o mais bonito possível.”