Informação, alimentação de qualidade e bom manejo. Para o produtor rural Loreno Antônio de Borba, 69 anos, esses são ingredientes fundamentais para uma receita de sucesso na produção de gado de corte. No caso dele, esses fatores, acrescidos de uma inovação, a partir do suporte técnico da Emater/RS-Ascar e a parceria com um médico veterinário, garantiram uma mudança significativa na criação de terneiros para venda.
Há dez anos, ele passou a utilizar, na propriedade em Linha Herval, no interior de Venâncio Aires, a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). Diferente do processo natural, por meio desse protocolo, as vacas da raça Angus entram no cio no mesmo dia e, assim, consegue-se realizar a inseminação e programar a data de parto dos terneiros. “A vantagem é que daí se tem um lote, nascem todos na mesma semana, o que facilita a venda dos animais”, explica Borba.
Além disso, de acordo com ele, com sete meses, na época de venda, os terneiros têm de 25 a 35 quilos a mais do que os concebidos de forma natural. “A cada sêmen também vamos melhorando o rebanho”, observa.
Segundo o produtor, com a adoção do protocolo, consegue-se ter uma cria por ano. A inseminação geralmente é realizada no fim de outubro e os nascimentos ocorrem em agosto, com a venda dos terneiros entre março e abril do ano seguinte.
Para o pecuarista, a inovação adotada após sugestão do extensionista da Emater, Diego Barden dos Santos, foi um divisor de águas na produção de gado na propriedade. Além de facilitar a organização do trabalho e contribuir com a comercialização, o protocolo IATF possibilitou que o plantel fosse reduzido de 25 para 14 vacas. “Muitas pessoas já nos procuraram para conhecer como funciona. Sempre digo que a informação é fundamental para ter sucesso, especialmente na pequena propriedade, onde precisamos diversificar”, comenta o produtor. Ao lado da esposa Iva Lori de Borba, 65 anos, ele também atua na suinocultura, ovinocultura e produção de aipim.
Produção
- Em 2023, a produção bovina em Venâncio Aires foi de 7.035 cabeças, com 198 produtores comerciais, conforme dados do escritório local da Emater. O gado de corte representou R$ 26.876.064,94 (4,6%) do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA).
- Segundo o chefe da Emater, Vicente Fin, a estimativa é de uma redução de 1,2 mil cabeças de gado, em decorrência das enchentes registradas em setembro e novembro do ano passado e em abril e maio deste ano.