Idealizado por Marli Menzel, de 67 anos, moradora do bairro Aviação, o bingo promovido na tarde de terça-feira, 16, na sede da Comunidade Católica São Lucas, teve como finalidade a solidariedade e ajuda ao próximo. De acordo com a organizadora, a vontade de ajudar as pessoas sempre esteve presente em sua vida, desde a infância. “O meu sonho quando criança era cuidar dos idosos. Gosto muito de ajudar e repassar amor às pessoas, nem que seja com um simples abraço”, argumenta Marli.
Segundo ela, todo o valor arrecadado na tarde do bingo, que reuniu mais de 120 pessoas, será revertido para a compra de mantimentos e donativos para as famílias cadastradas na Organização Não Governamental (ONG) Cidadã. “Eu não poderia ficar de braços cruzados e não fazer nada após a catástrofe climática que assolou o nosso município. Em uma determinada noite, lembrei da Aline da Silva e da ONG que ela administra. Não pensei duas vezes em compartilhar a ideia com ela”, conta.
Há 22 anos, a professora Aline Zeneida da Silva, de 44 anos, iniciou as atividades na ONG Cidadã, em Venâncio Aires. O projeto começou com o Grupo de Jovens da Comunidade Católica São Lucas e depois se expandiu. Além disso, Aline também é coordenadora da Pastoral dos Imigrantes na Paróquia São Sebastião Mártir. “Não me vejo fazendo outra coisa. Não tenho hora para ajudar, essa vontade vem do meu coração. É muito bom ajudar as pessoas, o retorno que recebo me faz muito bem”, diz.
Atualmente, são 132 famílias atendidas pela ONG Cidadã, que tem como foco arrecadar roupas, agasalhos, alimentos e materiais de higiene e destinar para crianças e idosos em situação de vulnerabilidade social, tanto para brasileiros quanto para imigrantes que residem na Capital do Chimarrão.
Amizade e parceria no jogo de bingo
Duas amigas que estiveram no bingo beneficente foram as moradoras do bairro Cidade Alta, Hilda Simon, de 92 anos, e Francisca Müller, de 71 anos. Segundo Hilda, o jogo de bingo ajuda a reforçar sua memória e faz bem para sua saúde. “Quando vou até o bingo, vejo as minhas amigas e me distraio um pouco. A dinâmica do jogo precisa de silêncio e atenção para escutar os números chamados, e isso faz muito bem para a minha saúde”, observa.
Além disso, o jogo das cartelas numeradas é um resgate das famílias das aposentadas. Ambas aprenderam em casa com os pais e fazem questão que a tradição se mantenha também com elas. Francisca afirma que se reúne com a vizinha durante a semana também para jogar canastra e, pelo menos uma vez por semana, participa do bingo na São Lucas.
Tradição
O bingo promovido por Marli Menzel também contou com a presença de Ana Carolina Jandrey da Rosa, de 14 anos, e sua avó, Vera Antônia Chaves Jandrey, de 67 anos. Conforme Ana, participar e acompanhar a avó no bingo sempre fez parte da sua infância. “A avó Vera me incentiva a fazer companhia para ela. Com isso, ninguém fica sozinho e uma faz companhia para a outra. Ela me ensinou a jogar e, sempre que posso, estou no bingo com ela”, ressalta.
A tarde de diversão e concentração também contou com reencontros de amigas. Na mesa de jogos, além da companhia da neta, Vera estava rodeada de vizinhas e amigas. “Muitas amigas eu conheci no bingo. É muito bom reencontrar elas e passar a tarde fazendo uma coisa que todas gostam juntas”, comenta.