Nos últimos anos, o debate sobre a importância da diversificação agrícola vem ganhando espaço. A região dos Vales tem potencial para se tornar um polo de proteína animal. Nesse contexto, uma das cadeias produtivas que mais vem crescendo é a avicultura. Setor importante para a diversificação da produção em termos de renda para os produtores rurais e de arrecadação de impostos para o poder público. Além de ser uma fonte interessante de renda, a avicultura contribui para a fixação do homem no campo. É uma atividade compatível com propriedades de pequeno porte, permitindo giro rápido de capital.
A produção de frangos de corte pode ser organizada em dois principais sistemas: integrado e não-integrado, cada um com características específicas que influenciam a estrutura e a dinâmica de produção. A produção integrada de frangos de corte é caracterizada por uma relação contratual entre uma empresa integradora e produtores rurais. A integradora, geralmente uma grande empresa, fornece aos produtores os insumos necessários, como pintinhos, ração, medicamentos, vacinas e assistência técnica. Além disso, ela é responsável pelo abate e pela comercialização dos frangos.
O produtor, por sua vez, é responsável pela criação dos frangos até o ponto de abate, utilizando sua infraestrutura e mão de obra. Esse sistema oferece maior segurança econômica ao produtor, pois a integradora garante a compra dos frangos a um preço dependente do desempenho do lote, mitigando flutuações de mercado. No entanto, o produtor possui menor autonomia sobre o processo produtivo e depende das diretrizes da integradora. A produção integrada é comum em grandes regiões produtoras, como o sul do Brasil, onde grandes empresas avícolas estão localizadas.
O sistema de integração entre produtores rurais e empresas de abate e processamento revolucionou o setor. Dietas balanceadas, assistência técnica personalizada e instalações climatizadas são alguns reflexos dessa revolução. Com a automação das instalações, o manejo dos animais ficou muito mais fácil. Parece outra atividade quando comparamos à realidade de décadas anteriores. Por outro lado, a produção não-integrada, também conhecida como produção independente, proporciona maior liberdade ao produtor para tomar decisões, além da escolha dos canais de comercialização.
Por experiência própria, eu recomendo o sistema de integração pela possibilidade de escalar a produção, com renda assegurada. Em contrapartida, a produção independente pode ser uma alternativa interessante para quem busca algum nicho de mercado, como a produção orgânica. Como diz o ditado, para todo pé descalço há um chinelo velho. No final das contas, precisamos fazer do limão, uma limonada, seja qual for o sistema considerado.