Protesto de agricultores seguirá no fim de semana em Venâncio

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Segue ao longo deste sábado, 10, e domingo, 11, e pelo menos até a metade da próxima semana, o protesto de produtores rurais na RSC-287, no trevo de acesso a Venâncio Aires. Os agricultores cobram medidas do Governo Federal que ajudem o agronegócio gaúcho, que vem com dívidas acumuladas nos últimos anos devido às extremidades climáticas, situação agravada após as enchentes de maio.

O protesto em Venâncio segue o movimento SOS Agro RS, que tem mobilizado milhares de produtores desde julho. Na última quinta, 8, um ‘tratoraço’ foi realizado em Porto Alegre, inclusive com participação de produtores da Capital do Chimarrão, Vale Verde, Passo do Sobrado e Santa Cruz do Sul. Ao longo desta semana, além da 287, houve concentração de máquinas e tratores na ERS-405, em Vale Verde, e na RSC-453, em Mato Leitão. Na tarde desta sexta, 9, a pista central do trevo de Venâncio chegou a ser bloqueada pelas máquinas por algumas horas. Para o fim de semana, um novo bloqueio ainda será analisado.

Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate

Até o momento, a União anunciou uma medida provisória que estabeleceu desconto para liquidação ou renegociação de parcelas de crédito rural, mas foi considerada insuficiente para atender todas as necessidades dos produtores. Insatisfeitos, os agricultores permanecerão mobilizados. “É a terceira vez escutando a mesma coisa. Aquela proposta é um ‘cheque sem fundo’, não resolve nada. Nosso problema é o endividamento bancário e precisamos de um prazo bom para conseguir pagar e custear a próxima safra”, destacou Rogério Palhares, agricultor de Linha Coronel Brito, durante entrevista ao programa Folha 105 1ª Edição, da Terra FM, hoje. Ele foi um dos produtores locais que participou do ‘tratoraço’ em Porto Alegre. “Vamos seguir o protesto no trevo nesse fim de semana e, pelo menos, até a metade da próxima semana”, confirmou Palhares, nesta tarde.

Agricultores de Venâncio estão mobilizados desde o início da semana (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

“Tratamento desleal”

Na quinta, o governador Eduardo Leite participou do ato em Porto Alegre. “O tratamento que é dado ao Sul do Brasil, e especialmente ao Rio Grande do Sul, é desleal do ponto de vista federativo e está desequilibrado por demais. Não estamos lutando para tirar recursos das outras regiões, mas, sim, por um tratamento adequado ao Rio Grande, mais ainda diante das calamidades que temos enfrentado. Não nos contentamos com o pouco que ofereceram ao estado até agora e que estão colocando na mesa para o agro gaúcho”, enfatizou Leite.

Leite também comentou a insatisfação do setor em relação à Medida Provisória nº 1.247, publicada na semana passada. “A MP não endereça todas as soluções, não atende às necessidades que estão sendo expressas aqui e sequer foi regulamentada. O processo está muito demorado e burocratizado”, disse. As principais demandas do segmento junto ao governo federal são a prorrogação das dívidas por 15 anos, com carência de três anos e juros de 3% ao ano; e crédito para reconstrução, reinvestimento e capital de giro nas propriedades. (Fonte: AI Governo RS)

Audiência em Brasília

Na próxima terça-feira, 13, a Comissão Externa sobre Danos Causados pelas Enchentes no Rio Grande do Sul, da Câmara dos Deputados, realizará uma nova audiência pública com o objetivo de propor soluções para a retomada do agronegócio gaúcho.

“A medida provisória, claramente, foi insuficiente, foi uma decepção total. Esperávamos mais do Governo Federal. São três meses desde o início da calamidade. Muitos agricultores estão sofrendo enormes perdas e estão com muitas dívidas. Há pouquíssima coisa resolvida. Jogar uma MP no colo do Congresso Nacional não é a solução, já que a sua tramitação não vai na velocidade do que os nossos produtores precisam”, destacou o presidente da comissão, deputado federal Marcel van Hattem (Novo/RS). (Fonte: AI Dep. Fed. Marcel Van Hattem)



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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