Um protesto de agricultores em forma de ‘tratoraço’ movimentou o Centro de Venâncio Aires na tarde desta segunda-feira, 12. A ação seguiu a manifestação que começou há mais de uma semana, quando dezenas de produtores levaram tratores até a RSC-287, no trevo da cidade, para cobrar do Governo Federal auxílio aos agricultores gaúchos afetados por eventos climáticos. Os protestos fazem parte do movimento SOS Agro RS, que tem mobilizado milhares de agricultores em centenas de municípios e também já realizou três grandes eventos em Cachoeira do Sul, Rio Pardo e em Porto Alegre.
Na Capital do Chimarrão, conforme a organização, pelo menos 40 tratores seguiram pelo Acesso Leopoldina e desceram a rua Osvaldo Aranha até a Prefeitura. Lá, entregaram um documento ao prefeito Jarbas da Rosa – uma carta aberta à população por parte do SOS Agro RS – falando sobre a frustração e as dificuldades na agricultura nos últimos anos. “É um apelo ao senhor e aos vereadores. Tem que nos apoiar, se não vai parar tudo”, disse o agricultor Rogério Palhares, ao encontrar Jarbas.
O prefeito, por sua vez, destacou que todo o Rio Grande do Sul foi atingido, mas que a agricultora sofre duplamente. “Primeiro pelas perdas da lavoura e segundo pela falta de clareza e informação de como os agricultores vão conseguir pagar suas dívidas e poder trabalhar mais tranquilos. Então podem contar conosco, eu represento também os prefeitos do Vale do Taquari. Todos os venâncio-airenses estão abraçados nessa causa”, garantiu Jarbas.
O ‘tratoraço’ seguiu até a frente da Câmara de Vereadores, onde representantes dos agricultores devem participara da tribuna livre na sessão ordinária.
Os protestos em Venâncio Aires devem seguir, pelo menos, até esta terça-feira, 13. Na capital federal, está prevista uma audiência pública realizada pela Comissão Externa sobre Danos Causados pelas Enchentes no Rio Grande do Sul, da Câmara dos Deputados. Com isso, conforme apurado pela reportagem, os agricultores seguirão concentrados no trevo da cidade, na RSC-287, à espera de novidades em relação à Medida Provisória nº 1.247, que causou insatisfação aos produtores já que não contempla todas as demandas. As principais cobranças junto ao governo federal são a prorrogação das dívidas por 15 anos, com carência de três anos e juros de 3% ao ano; e crédito para reconstrução, reinvestimento e capital de giro nas propriedades.