Desde a quinta-feira, 29, a literatura e a cultura estão em evidência, na 25ª Feira do Livro de Venâncio Aires, evento que vai até este domingo, 1º de setembro, no Parque Municipal do Chimarrão. Com uma programação diversificada, para todos os públicos, o evento tem como tema ‘(Re) Construindo Histórias e Memórias’.
Em um ano em que se fala tanto em reconstrução, após a catástrofe climática que afetou o Rio Grande do Sul e deixou muitos estragos em nosso município, não poderia ser um tema mais oportuno. Mas, para além dessa história recente à qual somos convidados a reconstruir, o tema também remete à trajetória da Feira do Livro, um dos maiores eventos culturais da Capital do Chimarrão, que ocorre anualmente desde 1999.
E a história a ser lembrada nessas ‘bodas de prata’ é bonita por demais! Acredito que, assim como eu, muitos moradores de Venâncio têm memórias especiais da Feira. Muitos leitores – antes crianças e jovens escolhendo atentos os livros para levar para casa – estão hoje no papel de escritores. Venâncio vive um período com uma grande safra de autores, e no maior evento literário do município, eles têm um espaço especial, onde o público pode comprar suas obras e conhecê-los. Em 2022, inclusive, foram os patronos da programação.
Ao longo desses 25 anos, a Feira do Livro se consolidou como um evento muito querido pelos venâncio-airenses e uma rica programação cultural. É um evento que perpassou gestões municipais e encorpou com a participação do Serviço Social do Comércio (Sesc) como organizador junto à Prefeitura. A Folha do Mate, que sempre divulgou o evento, também teve participação ativa na organização, por um grande período.
A diretora do Sesc, Diane Lacerda Araujo, diz que o evento é feito por muitas mãos e sempre teve continuidade, o que contribuiu para fortalecê-lo. Até mesmo na pandemia de Covid-19, em 2020, a feira ocorreu, de forma híbrida, com atrações virtuais e um momento de venda de livros no Centro da cidade. Desde 2017, ocorre no Parque do Chimarrão e, antes disso, por muitos anos, foi realizada no Pavilhão São Sebastião Mártir.
No entanto, tudo começou na Travessa São Sebastião Mártir, em uma feira ao ar livre que reuniu um público estimado em sete mil pessoas, entre os dias 22 e 26 de abril de 1999, conforme registro do jornal Folha do Mate na época.
Secretário de Cultura na época, Telmo Kist lembra que, até então, ocorriam feiras pontuais em ambientes fechados, em escolas. A proposta foi promover um evento municipal, em parceria com livrarias locais, e uma intensa programação artística, para fomentar a cultura em Venâncio. “Construímos casinhas de madeira onde os livreiros expuseram os livros e foram utilizadas em algumas edições. O local central facilitou o acesso do público”, relembra.
Norma Barden também guarda boas lembranças do evento. Na época, ela era proprietária da livraria Saber & Cia, que, junto com a Bamboler e Livraria da Bruxinha, participaram do evento. “Mesmo sendo concorrentes, todos trabalharam em parceria, foi excelente. Era algo diferente, cada casinha tinha detalhes, era decorada, e tudo muito bem organizado, bem ao estilo da Feira do Livro de Porto Alegre”, menciona.
Nesta edição, a exemplo do ano passado, as bancas de livros voltaram a ficar ao ar livre, na área dos bares e em frente ao Galpão Morada Velha e o Ginásio de Exposições. Que neste fim de semana de 25ª Feira do Livro, outras tantas boas histórias e memórias sejam construídas em meio a livros, espetáculos teatrais e apresentações musicais. Aproveite!