Duas rodovias importantes para o escoamento da produção venâncio-airense e, também, deslocamento de moradores, a VRS-816, entre bairro Grão-Pará e Vila Palanque, e a ERS-130, em Vila Mariante, seguem sendo alvo de reclamações pelas condições de trafegabilidade da rodovia. As duas vias são de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), autarquia do Governo do Estado. A Prefeitura de Venâncio já realizou o pedido de municipalização da 816 em julho deste ano e analisa a possibilidade de repetir a ação em um trecho de perímetro urbano da 130.
Após protestos de moradores e usuários das rodovias, os trechos passaram por obras de tapa-buracos e patrolamento. Na quinta-feira, 17, duas retroescavadeiras, uma patrola e caminhões da capatazia de Vila Mariante, iniciaram o processo de limpeza da ERS-130, retirada de água acumulada, patrolamento e colocação de cascalho. Já na sexta-feira, 18, uma operação tapa-buraco foi iniciada na VRS-816.
Segundo o prefeito Jarbas da Rosa, há meses o Estado não envia materiais de massa asfáltica para a 816, então a Administração Municipal mantém a ação de tapa-buracos com asfalto frio, que não é o ideal, mas o possível no momento. “Se o Governo do Estado não faz o mínimo, a Prefeitura toma as providências”, destacou, em entrevista ao programa Folha 105 – 1ª edição, da Terra FM.
Já na 130, ele enfatizou que, desde a enchente de maio, os maquinários do Daer não apareceram no local e, por conta disso, a Prefeitura entrou com máquinas em Linha Itaipava das Flores, para minimizar os problemas.
“A rodovia não está esquecida”, diz diretor do Daer
Em entrevista para o programa Folha 105 – 1ª edição na sexta-feira, 18, o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino da Silva, afirmou que a tragédia climática enfrentada pelo estado em maio alterou o planejamento e foi necessário readequar recursos do contrato para a desobstrução das rodovias e possibilitar a liberação das rotas. “Gerou uma demanda enorme, que ocasionou o gasto total dos recursos, de um contrato que já foi renovado”, destacou.
Conforme ele, a VRS-816 terá a renovação do contrato de recuperação do pavimento, que é terceirizado com empresa regional, e está dentro da programação para receber uma operação tapa-buracos de maior qualidade e, posteriormente, um recapeamento. “A rodovia não está esquecida, segue dentro do nosso cronograma.”
Por outro lado, ele considera a situação da ERS-130 diferente. Afetada pelas cheias do rio Taquari, foi danificada em diversos pontos e, atualmente, a Encopav, empresa terceirizada, realiza serviços de limpeza, valetamento e colocação de material no trecho entre Cruzeiro do Sul e Vila Mariante. “Já dedicamos R$ 2 milhões e serão mais R$ 2 milhões para a 130. É um trabalho difícil, ainda precisa de melhorias, e vai demorar alguns meses ainda. Entendemos a indignação da população, mas até o final do ano teremos a 130 com melhor qualidade”, completou.
Municipalização das rodovias
Proposta do prefeito Jarbas da Rosa, a expectativa é que a municipalização da VRS-816 seja oficializada no primeiro trimestre de 2025. A ação é incentivada por Faustino, que acredita ser a solução para trechos curtos de rodovias em perímetros urbanos. “Para tratar a via como uma rua e não rodovia, que tem legislação específica de serviços e obras que podem ser feitos. O Estado ganha, a população e até o município, que ainda pode buscar recursos no Estado”, acrescentou.
No entanto, ele afirmou que a rodovia será entregue em boas condições, para que o município não tenha que investir em reformas, e sim, com obras efetivas.
O Daer tem contratos terceirizados com empresas para manutenção em vias pavimentadas e estradas de chão. Atualmente, a autarquia do Estado administra 10,3 mil quilômetros de rodovia, sendo 6 mil pavimentados e 4,3 mil de estradas de chão.
Protestos nas rodovias
• Na quarta-feira, 16, usuários da ERS-130 e moradores de Linha Itaipava das Flores, em Vila Mariante, interior de Venâncio Aires, realizaram um protesto para reivindicar melhores condições na via, que foi duramente atingida pela enchente de maio. Houve a queima de colchões, galhos e outros itens para interromper a via. O Corpo de Bombeiros (CBM) conteve as chamas e a 130 já está liberada.
• Na quinta-feira, 17, usuários da VRS-816 e moradores das localidades próximas, com relação às condições da rodovia. A manifestação, nas proximidades do salão Gigante da Travessa, em Linha Travessa, contou com faixas e plantas no local, que sofre com buracos.