Os números da safra 2023/24 mantiveram o município em terceiro lugar entre os maiores produtores de tabaco do Brasil.
Os números da safra 2023/24 de Venâncio Aires mantiveram o município em terceiro lugar entre os maiores produtores de tabaco do Brasil e em segundo no Rio Grande do Sul. De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), foram 15.197 toneladas, cultivadas por 3.677 famílias em 8.264 hectares. Na safra 2022/23, a colheita foi de 17.779 toneladas, sendo 3.530 famílias e 7.798 hectares plantados.
Com as mais de 15 mil toneladas de 2023/24, Venâncio Aires ficou atrás de outra cidade gaúcha, Canguçu (18.155 toneladas), e São João do Triunfo, no Paraná (17.517 toneladas), municípios que vêm liderando o ranking nacional nas últimas safras.
Safra 2023/24 fecha em 508 mil toneladas
A produção sulbrasileira 2023/24 finalizou com 508.041 toneladas. Os números são da Afubra, por meio de pesquisas realizadas durante junto aos produtores. A variedade Virgínia chegou a 461.866 toneladas, o Burley em 37.915 toneladas e o Galpão Comum em 8.260 toneladas.
O número é menor do que foi estimado pela entidade ainda no fim de 2023, quando a projeção era de 522.857 toneladas. O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, explica que a produtividade sofreu influência direta do El Niño, que provocou um clima mais úmido e quente. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, ocorreram chuvas acima da média, que causaram aumento de umidade do solo e doenças fúngicas nas lavouras. As chuvas excessivas dificultaram o desenvolvimento, a colheita e a secagem do tabaco.
Conforme ele, a quebra na produtividade foi de 22,7%. “Aqui no estado o excesso de chuva tirou peso do tabaco e teve o problema do granizo também. Foi uma safra atípica, onde a quebra foi generalizada. Por consequência, houve um pagamento médio acima para o produtor de tabaco, porque não se tinha uma oferta equilibrada com a demanda. Mas a qualidade também colaborou para esses melhores preços”, avalia Drescher.
Expectativa 2024/25 para o produtor de tabaco
Embora a estimativa de produção da atual safra seja divulgada apenas na segunda quinzena de novembro, a Afubra já tem informações, colhidas em visitas aos associados, de que haverá aumento de plantio. Para o presidente Marcilio Drescher, isso pode vir a causar problemas no momento da comercialização para o produtor de tabaco, se houver muita oferta de tabaco. “Os preços do último ano podem ter contribuído para o pessoal se animar e plantar mais em 24/25, assim como a baixa de preços de outras culturas, como milho e soja, então o pessoal plantou mais tabaco. De certa forma isso é ruim, porque com aumenta de área e se houver normalização na produtividade, o valor pode ficar aquém do desejado”, analisa.