O envolvimento com a política surgiu a partir de uma conversa com os irmãos e integrantes do PSDB, partido no qual Marlise Viviane de Bittencourt, a Vivi, 38 anos, é filiada desde 2015. Nesse diálogo se discutiu a importância da participação da mulher na política e surgiu o convite para que a contadora participasse do pleito realizado em 2016.
“Não era algo que eu imaginava, mas vejo que quem está na política pode causar impacto e transformar a vida de outras pessoas”, relata a vereadora eleita. Vivi, como é mais conhecida, alcançou 221 votos na eleição deste ano e garantiu a tão desejada cadeira no Legislativo de Mato Leitão. Ela é a terceira parlamentar do município com maior número de votos.
“A política de forma séria e responsável pode impactar hoje e por muito tempo a vida das pessoas”, define, ao justificar a motivação para concorrer ao cargo de vereadora. Ela ainda salienta que o desejo de desempenhar essa função tem relação com a vontade de ajudar e de saber que pode ser o elo entre as pessoas e a Administração Municipal. “Ser a voz da comunidade”, complementa.
Esta foi a terceira vez que Vivi participou de um pleito municipal. Já havia concorrido em 2016, quando recebeu 65 votos, e em 2020, quando alcançou 155 votos e foi a segunda suplente do PSDB. A filiação ao partido, segundo ela, tem como referência o prefeito Carlos Bohn, que também é tucano.
A vereadora eleita passou boa parte da vida em Vila Santo Antônio, no interior, localidade onde os pais, Hélio Antônio Bittencourt, o Neco, 82 anos, e Sueli Terezinha da Silva Bittencourt, 73 anos, ainda residem. Em 2019, ela se mudou para o Centro da Cidade das Orquídeas, onde vive com o marido, Renato André Dummel, 39 anos, e o filho Anthony Gabriel Dummel, de 4 anos e 9 meses. O casal está junto há duas décadas.
Vivi é graduada em Ciências Contábeis desde 2015 e pretende cursar pós-graduação em Gestão Pública. Trabalhou durante 10 anos no comércio, cinco anos em indústria e outros cinco em escritório de contabilidade. Desde fevereiro de 2021 é a secretária de Finanças de Mato Leitão – tendo se afastado do cargo durante o período exigido pela legislação eleitoral para que pudesse concorrer. Para a vereadora eleita, a experiência no Executivo garantiu uma boa bagagem para o primeiro mandato no Legislativo.
Folha de Mato Leitão – Quem é a sua maior inspiração na política? Por quê?
Marlise Viviane de Bittencourt, a Vivi – O prefeito Carlos Bohn (PSDB) pela pessoa que ele é, pela humildade que tem e a maneira de fazer gestão. Não é apenas uma questão política, mas sim o cuidado com as pessoas. Pensando na representatividade feminina, de evidenciar a capacidade da mulher estar na política, assim como está em outros lugares, cito a ex-deputada Zilá Breitenbach (PSDB) como um exemplo em âmbito estadual.
O que representa para você ter sido eleita vereadora?
Credibilidade. Ter feito uma construção, de três eleições, para chegar nesse local, buscando a confiança do eleitor. De fazer uma eleição limpa, de conversa, de diálogo e de propostas e as pessoas gostarem de escutar e tu gostar de ouvir as pessoas, de saber o que está acontecendo. Isso é bem impactante. Eu não esperava tanta votação, mas sabia que precisava de muitos votos para conseguir ser eleita. Essa votação é resultado de uma construção, de confiança de quem votou e também de muitas pessoas fazendo campanha junto. Um apoio muito grande da família e de amigos e da própria população por querer essa renovação.
Por que você considera que foi eleita?
Acho que as pessoas querem renovação e tem a aposta da mulher na política também. Porque as pessoas acreditaram na Vivi vereadora, na proposta de alguém com ideias e atitudes novas. Pela credibilidade, confiança e desejo das pessoas por algo a mais na Câmara de Vereadores.
Para você, qual é o papel do vereador?
Fiscalizar, acompanhar a administração pública em todos os segmentos e secretarias e ser o elo entre a comunidade e o Executivo. Às vezes, se está na ponta, na Administração Municipal, mas estão acontecendo coisas na comunidade, que precisamos ter conhecimento.
Qual vai ser a bandeira do seu mandato como vereadora?
Educação e saúde são compromissos. Na saúde, principalmente a questão da mulher, de saber que há ações muito específicas para buscar para esse público. Educação, por ser mãe e saber da importância dessa área, que impacta na vida do ser humano. Ainda nesse segmento continuar investindo em cursos técnicos e superiores, na infraestrutura das escolas, que já são boas, mas sempre acompanhar isso, e em tecnologias. Buscar que o esporte seja ainda mais trabalhado. Abrindo outros leques, o setor primário, por saber da relevância dele, trabalhar a assistência social como busca por geração de emprego e renda. Saber da importância de dar a assistência, mas também inserir as pessoas no mercado de trabalho e oferecer cursos de capacitação. Vejo, também, muito forte a questão ambiental, com destaque para a água. Criar alternativas e possibilidades de preservação de vertentes, por exemplo.
Qual projeto, ação ou obra você acha que precisa ser realizada em Mato Leitão?
O parque que será construído em anexo ao Centro Administrativo [de lazer, esporte e turismo, cujo projeto está cadastrado no Governo do Estado para buscar recursos] é uma bandeira e algo que eu quero que se realize. O projeto está pronto e é um complexo magnífico. Uma das bandeiras na área de projetos é tornar isso realidade para se ter turismo, lazer, que é qualidade de vida, e mais opções para as pessoas visitarem. É algo que quero que se torne realidade.
Você é vereadora de situação. De que forma isso influencia na condução do seu trabalho?
Acredito que conseguimos ter a possibilidade de um diálogo de forma mais efetiva com o Executivo. Não menos de fiscalização e cobrança, mas mantendo a harmonia. Na minha conduta não muda nada. Precisamos ter esses poderes independentes, mas talvez quando os projetos chegarem na Câmara já vamos ter abordado os temas antes. Dá mais proximidade com o prefeito e o vice.
Se você tivesse que escolher apenas uma conquista de Mato Leitão ao longo desses 32 anos de história, qual você elencaria?
O Centro Administrativo, porque é uma conquista para o município. Ele oferece a sustentabilidade, porque hoje todos os órgãos públicos estão abastecidos com energia solar, espaço, pois a antiga sede não comportava mais a demanda, estrutura para receber as pessoas e para realizar eventos no auditório, além de concentrar duas secretarias [Educação, Cultura e Desporto e Agricultura e Meio Ambiente]. O prédio da Agricultura era alugado, então gera essa economia.