
Desde maio de 2007, o Dia das Mães tem um gostinho especial. Foi a primeira vez em que, além de dar, ganhei presente. Um pacotinho fofo e desdentado, com duas covinhas.
Nada mais foi como antes. Passei a dormir menos e a comer sobras de comida, descobri uns palhaços feios e uns bichinhos de nome complicado, Backyardigans, conhece?
Lembrei de como sou craque em virar estrelinha e fazer castelo de areia. Experimentei umas papinhas de fruta e preparei sopinhas horrorosas, mas sempre com muito amor… é, mãe, isso eu não aprendi direito.
Descobri como fazer capa de super-heroi com toalha de banho e máscaras do Batman e Homem Aranha de papelão. Minha criatividade ganhou upgrades fabulosos. Nisto, me saio superbem.
Todo mês de maio passou a ser também meu mês, o mês das mães, o mês da Paula, te mete! A cada ano, com um Bruno diferente. Do bebê de quatro meses que adorava uma conversa fiada e uma brincadeira de esconde-esconde, ao garoto de sete anos que faz prova de matemática, português, inglês e joga futebol. Um presente mutante, em constante desenvolvimento, que ganhei para sempre. E amasso toda vez que dá vontade.
– Ai, mãe, tá me apertando.
E cada dia das mães é ainda mais especial, em 2011, tinha o Bruno e uma barriga crescente. Em 2012, já eram dois gurizinhos. E como é bom ter dois gurizinhos.
Thomaz chegou como aquele pedacinho que faltava. Veio completar nossa casa. é o quarto lugar na mesa, o ocupante do terceiro quarto. é a cadeirinha de novo dentro do carro. O creme dental sem flúor, a mamadeira morna, o banho quentinho. é o irmão do Bruno.
Hoje, durmo menos ainda, conheci também o Sportakus e o Ben 10 e, agora, já sou íntima amiga da Pepa Pig. As sobras se multiplicaram por dois, é aquele pirulito lambido que não querem mais, o picolé derretendo dentro do carro, a metade do chocolate que não gostaram.
– Dá pra mãe.
E tudo tem gostinho deles, tem cheirinho deles, a casa tem os rastros do Bruno e do Thomaz por tudo. Uma bagunça colorida que espero que permaneça ainda por muitos anos. Filhos nos trazem a infância de novo. São o melhor, o maior, o mais desejado presente ano após ano.
Mas não se enganem com tanto altruísmo, a mãe aqui adora ganhar um mimo, e nem precisa de surpresa. Me ofereço para escolher, para ir junto, posso até comprar. Não tem erro. Mas no meu dia quero beijo, abraço, carinho e um belo presente, afinal de contas, eu mereço, e isso eu aprendi bem, ainda mais no dia das mães.
Felicidades a todas as famílias, que mães e filhos possam estar unidos e em sintonia, pois é de amor que o mundo mais precisa. Vamos começar em nossas casas?
>> Texto originalmente publicado no caderno ‘Tudo & Todas – Dia das Mães’, da Folha do Mate, em 8 de maio de 2014.



