Entre os dias 15 e 24 de outubro de 2024, eu tive o privilégio de participar de um congresso sobre pecuária de precisão na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal-SP. Ao longo dos 10 dias, foram dois workshops, 13 palestras e 14 apresentações orais de trabalhos científicos. Um evento fantástico, com mais de 140 participantes de diferentes países.
Na busca de soluções sustentáveis para a produção agropecuária, novos sistemas e tecnologias têm sido desenvolvidos e propostos nos últimos anos. A pecuária de precisão visa otimizar a gestão da produção, monitorando e controlando aspectos como produtividade animal, impactos ambientais e bem-estar animal de forma contínua e automatizada.
Vamos tomar como exemplo a nutrição de precisão de suínos, ilustrada pela figura abaixo. A nutrição de precisão tem como objetivo atender às necessidades nutricionais individuais dos suínos em tempo real. Isso é alcançado por meio do uso de dispositivos de medição, como sistemas de pesagem e monitoramento da ingestão de alimentos, combinados com métodos computacionais para estimar as necessidades nutricionais dos animais.
Nos sistemas convencionais de alimentação, os suínos costumam ser alimentados em grupos, recebendo todos a mesma ração. No entanto, sabemos que as necessidades nutricionais variam muito entre os animais. Na alimentação de precisão, cada animal tem um brinco de identificação. Quando ele chega ao comedouro, o sistema reconhece o suíno, abre a porteira e fornece a quantidade de ração definida para aquela refeição, conforme a curva de crescimento ajustada diariamente para aquele animal.
Alimentar os suínos de acordo com suas necessidades individuais reduz o desperdício de nutrientes e os custos de alimentação. No entanto, o custo dos equipamentos ainda é o maior entrave para a implementação desses sistemas. De qualquer forma, essa é apenas uma das inúmeras aplicações da pecuária de precisão. O futuro da produção animal passa por aí: pela automatização das tarefas e pela análise de dados em tempo real.
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