Com informações de Mário André Poll.
A pauta da Conferência das Partes (COP 6), que acontece em Moscou, no mês de outubro, ainda é uma grande incógnita. A frase vem do presidente da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA), François Van der Merwe, que palestrou no encontro regional promovido pela entidade, ocorrido nesta terça-feira, 13, na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em Santa Cruz do Sul. Segundo o dirigente, os temas que vão nortear as reuniões somente serão conhecidos 60 dias antes, o que deve dificultar estratégias de defesa.
Para François, o objetivo maior da Convenção Quadro é promover a erradicação do tabaco em nível mundial. “O primeiro passo é excluí-lo de qualquer acordo internacional”, diz. Também prolifera a ideia de taxar mundialmente em 70% qualquer atividade que envolve o setor. O mercado ilegal, no entanto, se mantém à margem das discussões. “Mesmo causando grandes impactos negativos ao segmento e aos erários públicos, o tema recebe pouca atenção dos integrantes das conferências”, relata.
O presidente da Itga comentou, ainda, que medidas extremas, como as desencadeadas na COP 5, realizada em 2012, na Coreia do Sul, podem estar novamente na pauta. Segundo ele, os trabalhos dos grupos estão sob pressão e há grandes esforços para bloqueio de qualquer medida em prol do tabaco. Como justificativa, destacou que a Organização Mundial da Saúde promove, permanentemente, reuniões regionais em todo o mundo. “Na áfrica, por exemplo, existem algumas nações bem agressivas contra o tabaco e que tem atualmente domínio sobre as reuniões que serão promovidas na COP 6”.
Sustentado pela ideia de que não pode ser desenvolvido qualquer política pública sem envolver todos os atores da cadeia produtiva, François Van der Merwe revelou que vai continuar insistindo na promoção de se reunir com a alta cúpula da OMS e das Nações Unidas. “Até agora, foram enviadas sete correspondências, todas elas sem nenhuma resposta”. O Encontro Regional da ITGA envolveu representantes do setor do tabaco do Brasil, Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Portugal e áfrica do Sul. No período da manhã, as delegações relataram posições individuais sobre a produção e comercialização do tabaco. Jás as palestras ocorreram no período da tarde.