A manhã de domingo, 24, foi especial para a família Royer. O dia ficou marcado pela inauguração da reformada e centenária Casa Royer, erguida em 1880 por Mathias Royer, primeiro imigrante da família no país, localizada em Linha São João, em Vila Estância Nova, interior de Venâncio Aires. Foram quase 300 membros da família, que também participaram do segundo encontro da família Royer, na Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, também em Estância Nova.
A compra da área onde a casa foi erguida aconteceu em 2021 e as obras começaram no início de 2023. A restauração da residência durou um ano e oito meses e foi possível a partir de arrecadação dos familiares que integram o Instituto Família Royer – que tem cerca de 120 associados –, descendentes espalhados pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e outros estados. Ao todo, foram gastos, aproximadamente, R$ 150 mil na obra. Durante a solenidade de inauguração, foi realizado o descerramento da fita, bênção do padre Aldo José da Silveira, apresentação do novo hino da família e visitação com os presentes. O momento foi marcado pela emoção dos familiares, onde muitos não contiveram as lágrimas.

Visitação
A casa será um local de preservação e de memorial dos descendentes de Mathias Royer. A maior parte da estrutura foi mantida, como o madeirame nas paredes (que caracteriza o estilo enxaimel), aberturas e assoalho. Houve o restauro com lavagem, aplicação de inseticida contra cupim e pintura. Telhado e o forro são totalmente novos, mas mantiveram-se as tesouras. Nos fundos, onde há uma cozinha, foi tirado o reboco de barro para evidenciar as pedras de areia.

Conforme o presidente licenciado do Instituto Família Royer, Luís Rogério Royer, o espaço será aberto para a comunidade nos próximos meses, com auxílio dos atuais moradores, Arno Royer, bisneto de Mathias, e a esposa Elisa – eles trocaram a cidade de Itapiranga no início de 2023, para ajudar na restauração. “Teremos um espaço para contar a história de Mathias Royer e da família, para que todos possam conhecer o nosso passado”, acrescenta.
Além disso, o objetivo é construir um local de lazer em 2025, com piscina, cabanas, restaurante e lanchonete para os visitantes. “É uma área grande e bonita, vamos organizando aos poucos”, completa.
Presidente em exercício e morador da histórica casa, Arno Royer conta que é emocionante ver o resultado que, com a ajuda e empenho da família, foi possível recuperar o espaço, que é considerado muito importante para os descendentes de Mathias. “Passamos dias acampados aqui, pois a casa não tinha as mínimas condições habitáveis. Ver o resultado agora, é uma emoção inexplicável”, conta, emocionado.
Primeira vez na Casa Royer
Ainda que seja vice-tesoureiro do Instituto Royer, Varlei não tinha visitado a residência. Morador de Itapema, em Santa Catarina, ele diz que conhecia o projeto por vídeos e fotos. “Sem dúvida é uma conquista maravilhosa da família. O pessoal é abnegado, dedicado e estão resgatando uma história bacana da nossa família”, comemora.
Centro Geriátrico
1 Conforme o presidente Luís Rogério Royer, a família projeta a construção de um Centro Geriátrico na propriedade, para 100 idosos e com a geração de mais de 30 empregos. No entanto, o processo ainda depende da resolução de questões burocráticas e do apoio da comunidade e de empresários da Capital do Chimarrão.

2 A família projeta a construção nos moldes do complexo em Itapiranga, Santa Catarina, que já está em desenvolvimento. “Uma casa que vai atender idosos, que serão hospedados, cuidados e alimentados com muito carinho, amor e respeito”, completa.
Saiba mais sobre a família Royer
• Mathias Royer veio para o Brasil em 1860 e morou onde hoje é o município de Barão, na Serra gaúcha. Em 1880 chegou ao então Faxinal dos Fagundes (futura Freguesia de São Sebastião Mártir, como era chamada Venâncio até a emancipação, em 1891).
• O imigrante nasceu em uma região entre a Bélgica e a França, atualmente Luxemburgo, um pequeno país europeu comandado por um grão-duque. Ou seja, os Royer têm origem francesa, mas a relação com alemães está presente. Prova disso é que a casa construída por Mathias é no estilo enxaimel, técnica associada aos germânicos. Muitos dos descendentes, aliás, falam a língua alemã.