Polêmica na votação do ‘pacote’

A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires de segunda-feira, 16, não teve período das Comunicações, que é quando os parlamentares utilizam a tribuna. Nem por isso o encontro foi tranquilo. Como a proposta do financiamento de R$ 40 milhões estava na pauta, situação e oposição entraram em choque diante de um Plenário Vicente Schuck praticamente lotado. Por lá estavam moradores de Vila Arlindo, que serão contemplados com asfaltamento no acesso ao distrito; usuários e moradores da VRS-816, rodovia que liga Grão-Pará e Linha Travessa e receberá recapeamento; e outros cidadãos preocupados com a possibilidade de o projeto não ser aprovado.

Isso porque, na sessão anterior, o vereador Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), pediu vista de uma emenda à proposta, o que acabou adiando a votação. Ao se manifestar, o socialista disse que a comunidade estava sendo “incitada e enganada” pela base governista, uma vez que jamais se opôs ao financiamento. Pronunciamentos semelhantes fizeram Ezequiel Stahl (PL), Renato Gollmann (Podemos) e André Kaufmann (PSDB), todos indignados com o que classificaram como tentativa de colocar a comunidade contra os oposicionistas. Stahl, aliás, chegou a afirmar que teve acesso a um áudio, que teria sido gravado e distribuído pelo líder de governo, Gerson Ruppenthal (PDT), convocando os venâncio-airenses para fazer pressão nos parlamentares, com a sugestão de que a reprovação da matéria não estava descartada.

A situação, obviamente, contra-atacou. Tiago Quintana (PDT) declarou que era preciso respeitar a presença da comunidade, “pois estas pessoas vieram até aqui porque lutam há anos por estas obras”. Nelsoir Battisti (PSD) lamentou o enfrentamento, uma vez que todos acabariam votando a favor do financiamento, o que realmente aconteceu. “Desgaste desnecessário”, falou. Ruppenthal, por sua vez, declarou que a oposição “fez um espetáculo na sessão” e insistiu que o pedido de vista de Muchila, na semana anterior, prejudicou o projeto. “A carência seria de 24 meses, agora vai ser de 12. A parcela seria de R$ 120 mil, agora vai ser de R$ 140 mil”, mencionou. Contudo, em seguida afirmou que “a secretária Deizimara [Planejamento e Urbanismo] é muito competente e vai dar um jeito nisso”. Ficou a dúvida se realmente houve prejuízo em relação às condições do financiamento ou se foi jogada para a torcida.

Meio Ambiente ‘desafia’ Jarbas

O prefeito Jarbas da Rosa (PDT), logo que garantiu a reeleição, disse que, a partir de 2025, faria “um novo governo, com novas pessoas”. A manifestação gerou curiosidade e, logicamente, um pouco de apreensão para os cargos em comissão (CCs) que atualmente estão na Prefeitura. Só que, passado bom tempo desde o pleito, o prefeito não anunciou nenhum secretário ou novo integrante, oficialmente, para o início do próximo mandato. Já escrevi isso antes e vou reforçar: não acredito que as ‘novas pessoas’ tenham número expressivo nas funções de primeiro escalão. Provavelmente, as grande mudanças serão percebidas a partir do segundo escalão, e isso pode ocorrer em todas as secretarias. Minha aposta é que o secretariado pouco mudará do que se apresenta hoje. Segundo apurou a coluna, Jarbas está às voltas para encontrar um titular para o Meio Ambiente. De resto, teria nomes definidos, ou quase isso. Mas, pela boca do prefeito, saberemos só no dia 1º de janeiro de 2025.

Rapidinhas

• A semana tem sido de muita política, quase uma ‘overdose’. Só na Câmara de Vereadores foram três sessões, a últimas delas na tarde de ontem. Até o fim do ano, no entanto, o Legislativo só volta a se reunir de forma extraordinária, ou seja, se o prefeito Jarbas da Rosa (PDT) tiver algum projeto de extrema importância que precise ser votado neste período.

• As reuniões em sequência atenderem à cota de quatro encontros mensais da Câmara, que agora não vai precisar se reunir nos dias 23 e 30 de dezembro. Como já foi decretado ponto facultativo – no serviço público, feriado – entre os dias 21 e 31 deste mês, vereadores e servidores terão uma ‘temporada’ de descanso, para retomarem as atividades em janeiro.

• Como não há recesso no primeiro ano de cada legislatura, a Casa do Povo cumprirá sessões nos dias 6, 13, 20 e 27 de janeiro de 2025, já contando com sua nova composição, eleita em outubro deste ano, e certamente com alterações na presidência e nas assessorias parlamentares.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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