Queixas sobre falta de água em Venâncio Aires continuam e Corsan destaca medidas para minimizar problemas no abastecimento. Entre elas, ajustes após instalação de novo reservatório
No domingo, 19, os bairros Cidade Alta e Xangrilá, e a região do Parque do Chimarrão, ficaram sem água. Os locais são os que mais registraram problemas no abastecimento nos últimos anos em Venâncio Aires e, dessa vez, o motivo da interrupção foi o rompimento de uma rede na rua Osvaldo Ignácio da Silveira. O problema aconteceu dois dias depois de entrar em operação o novo reservatório da Corsan, que tem capacidade para 500 mil litros e foi construído no bairro Bela Vista, próximo ao Parcão. A companhia visa nesse tanque parte da solução para resolver o abastecimento na região alta da cidade, no lado sudoeste, mas enquanto isso vai precisar realizar alguns ajustes. Ainda no fim de semana, moradores do Cidade Alta relataram que aumentou a pressão de água nas torneiras e que houve vazamentos nas redes das ruas.
Para saber se os problemas recentes tiveram relação com o novo reservatório, a reportagem contatou a Corsan. Através da Assessoria de Imprensa, a companhia explicou que, quando se inicia a operação de um reservatório, é preciso aumentar a pressão na rede de distribuição e realizar ajustes, como a instalação de válvulas redutoras de pressão e ventosas. “As equipes da Corsan estão trabalhando para equilibrar as pressões e garantir uma melhor distribuição de água, com pressões adequadas nos diversos pontos da rede, e pesquisando os motivos dos rompimentos ocorridos nos últimos dias.”
Modelagem hídrica
Também foi informado que a Corsan já tem a modelagem hídrica de Venâncio Aires, a qual é feita por um software que indica as melhorias que precisam ser realizadas no sistema de abastecimento, como setorização, controles de pressão e necessidade de bombeamento, por exemplo. Ainda são estudadas as obras prioritárias para definir o cronograma das melhorias a serem realizadas.
Medidas para evitar rompimentos e garantir abastecimento
De acordo com a Corsan, os rompimentos de redes podem ocorrer, por exemplo, pelo aumento de pressão em tubulações, movimentação do solo provocada por trânsito de veículos ou chuvas, escavações de obras ou por desgaste do material, no caso das canalizações mais antigas.
Para evitar rupturas, a Corsan disse que vem adotando medidas, como a instalação de válvulas redutoras de pressão, que ajudam a controlar a força da água nas redes; análises regulares da pressão nos encanamentos; monitoramento à distância dos sistemas de abastecimento, 24 horas por dia, pelo Centro de Operações Integradas (COI), com sede em Porto Alegre; substituição das redes antigas ou ampliação de redes, com uso de materiais mais resistentes à pressão e a rompimentos, e também mais duráveis; e instalação de ventosas, que são dispositivos para evitar o acúmulo de ar nas tubulações após interrupções no abastecimento, o que pode provocar rupturas e vazamentos.
Ainda conforme informado, para a execução de obras ou serviços, muitas vezes é necessário fechar registros, como é o caso de interligações de redes, instalações de equipamentos e testes de pressão nos encanamentos. Durante esses fechamentos necessários de registros, o abastecimento também fica interrompido.
Por Letícia Wacholz e Débora Kist