Colheita do feijão anima Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires

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Produtividade do feijão nesta safra surpreendeu e aumentou a oferta para compra da Cooprova. Produto é embalado com marca própria.

Há exatos dois anos, a Folha do Mate destacava que o feijão preto, o mais consumido, tinha virado ‘artigo raro’ para compra da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova). A preocupação se justificava porque o produto é embalado com marca própria da cooperativa e é fornecido por ela em programas do Estado e do Município.

Na época, a média de compra chegava a 6 mil quilos, um volume muito abaixo para suprir o que já era demandado e mesmo alavancar o potencial de mercado. Neste início de 2025, o cenário mudou e a oferta tem animado a cooperativa e os produtores, surpresos com o volume colhido. “Estamos conseguindo comprar bem, até nos surpreendeu e já estamos com aproximadamente 10 mil quilos garantidos. Quem sabe vamos conseguir ofertar para outros programas, como o PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] e o quartel”, revela a presidente da Cooprova, Mônica Moraes. Atualmente, o feijão da Cooprova é vendido nas feiras e vai para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) de escolas municipais e estaduais de Venâncio Aires.

Foto: Débora Kist/Folha do Mate

Primeira venda para a Cooprova

Entre os fornecedores da cooperativa (pela primeira vez em 2025), estão Jane Maria da Silva, 52 anos, e o marido Jurandir Brassiani Luccas, 58. O casal vendeu 81 quilos e ainda garantiu estoque para consumo próprio e venda direta aos vizinhos. Moradores de Picada Mariante, eles têm no feijão, no milho e no aipim, as principais fontes de renda. Nesta safra do grão que é uma das metades do prato favorito dos brasileiros, eles contaram com uma ajuda: as sementes cultivadas foram doadas pela Diocese de Santa Cruz do Sul, através do programa Missão Sementes da Solidariedade, voltado às famílias atingidas pela enchente de 2024.

Jane e Jurandir moram a cerca de 6 quilômetros do rio Taquari e, ainda assim, viram as águas invadirem a casa até a altura do balcão da cozinha. “Isso nunca aconteceu. É inacreditável. Meus avós contavam de 1941, mas a gente passou ainda pior”, define a agricultora. Feliz com a colheita, ela também está feliz com o negócio feito com a Cooprova. “Não imaginava que renderia tanto feijão. Isso nos anima. Vamos continuar plantando.”

Jane e o marido não são associados da cooperativa, mas isso não impediu o negócio. Neste ano, por exemplo, a Cooprova também comprou de outro agricultor, de Vila Arlindo, que também não é associado. “São sete associados que fizemos a compra, mas sempre estamos atrás de outros produtores interessados, porque temos muita demanda e teríamos condições de aumentar esse mercado. E entendemos que é uma forma de incentivar a produção”, complementa Mônica Moraes.

O feijão é embalado com a marca da Cooprova desde 2018 e é do preto, tipo 1 e comum (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Silo para facilitar a estocagem do feijão

O feijão comprado pela Cooprova é embalado em Boqueirão do Leão. Devido à distância, há muito se fala que, se houvesse um local adequado para estocagem por mais tempo, aumentaria o número de interessados no fornecimento.

Parte desse etapa intermediária está para se resolver em breve. Isso porque a cooperativa está em vias de instalar um silo secador, comprado a partir de recursos da Consulta Popular. Além do recipiente para armazenar, o equipamento vem com uma mesa classificadora. “É uma cultura muito rápida e hoje o produtor, assim que colhe, precisa vender. Com o silo, conseguiremos estocar mais”, destaca a presidente Mônica Moraes.

Presidente da Cooprova, Mônica Moraes, junto à parte da estrutura de um silo que será instalado para armazenar o feijão (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Números da produção de feijão em Venâncio

  • De acordo com dados da Emater, Venâncio Aires tem cerca de 250 hectares plantados com feijão, sendo 30 comerciais. São 1,1 mil produtores de cultivam o grão no município.
  • Nesta safra, a média de produtividade foi de 2,1 mil quilos por hectare. “Choveu duas, três vezes durante o ciclo, o que é suficiente para uma boa produção. Como não teve períodos longos de chuva, houve poucas doenças”, avalia o chefe da Emater local, Vicente Fin.

2,1 mil quilos por hectare – foi a média da produtividade do feijão em Venâncio. Na safra anterior, devido ao excesso de umidade, chegou a apenas 1,8 mil quilos por hectare.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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